2015/04/28

Uber proibido de operar em Portugal


O Uber é um serviço que tem causado polémica por todos os locais por onde se vai alastrando, e a táctica usada pelos serviços de táxis convencionais para o enfrentar é também invariavelmente a mesma: recorrer aos tribunais. Táctica que agora em Portugal faz com que o Uber tenha que suspender as operações.

O Tribunal de Lisboa aceitou uma providência cautelar interposta pela Antral, tendo como efeito imediato a suspensão de todas as operações do Uber no nosso país - e que será certamente anunciada como uma "grande vitória" pelo dinossauros do sector. No entanto, espero que a muito curto prazo a Uber explique ao Tibunal o seu princípio de funcionamento em Portugal, onde nem sequer recorre à mais problemática modalidade UberPop, e que se limita a dar uso a serviços autorizados para fazer estes transportes, e prontamente regresse à actividade.

Talvez se a Antral se preocupasse um pouco mais em garantir que os seus associados taxistas, com todas as suas "qualificações", não andassem a roubar clientes, e se concentrasse em fazer com que estes prestassem um serviço de qualidade, as coisas corressem melhor. Afinal, é preciso andar a dormir - pois há muito que já poderiam ter criado as condições para que por cá se tivesse um serviço idêntico ao Uber, usando os táxis "oficiais", em vez de se andarem com apps que funcionam para umas cooperativas mas não para outras, e que em nada simplificam a questão dos pagamentos...

Estes casos mostram-nos também porque motivo é preciso urgentemente reavaliar a questão de estarmos numa Europa "unida"; pois continua a ser uma palhaçada que um serviço como o Uber (ou qualquer outro) tenha que andar a lutar, repetidamente, país a país, para poder operar, em vez de simplesmente se poder dirigir a uma única entidade Europeia que dissesse, de uma vez por todas: "sim, pode operar" e ficava o assunto arrumado.


Actualização - 29/04: no dia seguinte, o Uber continua a operar como sempre fez, dizendo que ainda não recebeu qualquer notificação dos tribunais.

Actualização - 30/04: já há uma petição em marcha para que o Uber volte a ser permitido.

8 comentários:

  1. Nós precisamos de um serviço como o da Uber na Europa,implementado por uma entidade sem fins lucrativos, e de preferência uniformizado, com fiscalização automática, suporte para ratings, e que obedeça a certificações de segurança. Deste modo podíamos obrigar os táxis a obedecer e aderir a este standard europeu.

    Não há necessidade nenhuma de estarmos dependentes de uma empresa Americana, de todo. Aliás, eu não entendo porque é que este serviço tem de estar dependente e centralizado numa empresa.

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    1. Precisar precisamos... acho é que as associações actuais de transportes não têm grande interesse em que isso aconteça. Já viste o que era ter um profissional a ser "classificado" pelos clientes? Era inadmissível...

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    2. Pois, daí isto ter de ser implementado a nível da união europeia.

      Eu pessoalmente não estava nada bem impressionado com a maneira como a Uber estava a atuar em Portugal, apesar de aplaudir o conceito.

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  2. Ao contrário dos taxistas a Uber não está a dormir e sabe inovar, prova disso é o novo serviço que já foi testado na América com grande sucesso. A uber promete a entrega de refeições de qualquer restaurante em menos de 10 minutos.

    Já estou a ver, em Portugal a telepizza e afins vão meter a Uber em tribunal. enfim

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  3. São táxi ilegais ponto final. Nem sequer merece argumentação!!!!!!

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    1. Nuno, o problema da tua argumentação começa logo por chamar aos Uber taxís... São empresas legais que operam com licenças de turismo. Não há nada na lei portuguesa que o proíba. Há que relembrar que não é possível simplesmente levantar a mão na rua para chamar um Uber. É feito um pedido tal e qual como um serviço de turismo. E ainda outro pormenor, dentro do carro da Uber não existe um "taximetro", não existe qualquer indicação de valores.

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    2. O problema é que apesar de na forma ser um serviço de turismo na prática (não é este o termo legal mas agora não me lembro qual é) é um serviço de táxi.

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    3. Efectivamente, acho que é aqui que se deve centrar a discussão. O transporte de passageiros é regulado, sujeito a licenças, alvarás, etc.
      Este tipo de serviços sem essa regulamentação apresenta-se assim como concorrência desleal.

      Todos nós já levamos com taxistas bons e maus e vemos no Uber um serviço com bom potencial. Também haverão surpresas más, imagino, da mesma forma que o booking.com, apesar de ter ratings, etc, não nos livra de apanhar maus hotéis e hostels.

      Assim, e a bem da concorrência leal, ou se permite o Uber apenas para taxistas, ou se tira as imposições aos taxistas, passando cada um de nós a poder fazer de taxista.


      O que não é justo para os taxistas (e atenção que muitos deles não merecem sequer que eu esteja a fazer esta argumentação), é que uns tenham que se sujeitar a regras e outros não.

      E sim, a utilização de serviço de turismo para este caso é querer fugir com o rabo à seringa... tentar contornar a lei com nomenclaturas não é respeitar a lei.

      Resumindo: Uber sim, mas depois de mudar as leis.
      E já agora, também sou a favor de fazer algo a nível da UE ou mesmo de Portugal :)
      Uma app tira a matrícula ao carro e mostra os condutores associados (acho que há empresas que o carro é conduzido por mais que um taxista, dependendo do turno), e mostra o rating.

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