2015/07/21

YouTube deixa canais de TV de fora do seu serviço pago


De vez em quando atiramos para o ar a questão de quem precisa mais de quem: se os produtores de conteúdos, se os distribuidores. E parece que no caso do YouTube, o Google não tem dúvidas quanto à resposta, deixando para trás os canais de TV tradicionais.

O lançamento de qualquer serviço de streaming de música é muitas vezes adiado (ou nem sequer é concretizado) devido às muitas negociações que são tentadas com os canais tradicionais na tentativa de ter acesso aos seus conteúdos. Mas parece que no caso do vídeo, o Google já deixou de ter paciência para tal, e vai avançar com o seu serviço pago sem perder tempo com os canais de TV tradicional.

A aposta, tal como a Netflix e Amazon têm feito, será no incentivo à produção de conteúdos próprios - e sabendo-se que há cada vez mais pessoas a passar cada vez mais tempo no YouTube, parece claro que esta aposta do Google só poderá ter bons resultados.

A grande questão será saber quantos dos muitos milhões de utilizadores acharão que justifica pagar cerca de 10 dólares mensais para ter acesso a um YouTube sem anúncios (e outros benefícios, como download para ver vídeos offline, etc.); e quantos optarão por continuar a usá-lo de forma gratuita, vendo a publicidade que o Google decidir apresentar - faltando também ainda esclarecer se com a modalidade paga iremos ter canais exclusivos para quem paga (o que me parece bem provável, aliás, tal como já acontece neste momento para alguns canais pagos no YouTube.)

O que me parece é que nos vamos aproximando daquele ponto em que muitos canais de TV irão subitamente cair na realidade e descobrirem que, em vez de fazerem exigências, serão eles a ter que fazer as cedências que o Google, Netflix, Amazon, e outros, exigirem para disponibilizarem os seus conteúdos nas suas plataformas. (E... alguém se arrisca a dizer quanto tempo demorará para que o mesmo inevitavelmente venha a acontecer com a indústria da música?)

3 comentários:

  1. Eu acho que nesse aspecto a industria da música já está mais avançada, com Spotify e derivados. Que chegue o dia em que possamos por 10-20€ ter acesso a uma plataforma streaming onde possamos escolher o que queremos ver e as vezes que queiramos ver!

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    1. Pelo contrário, o Spotify está ainda altamente dependente das editoras "tradicionais" que detêm os direitos de praticamente toda a música comercial que se ouve actualmente (para não falar nos casos tipo Taylor Swift.)

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    2. Sim, isso é verdade, mas é um facto que com 7€/mês consigo ter acesso a milhões de músicas e até hoje raramente há alguma música que não consiga ouvir no Spotify é certo que há restrições geográficas e alguns artistas que decidiram não colocar o seu trabalho lá, mas também é certo que tem quase tudo e por apenas 7€. O Netflix tem muitas séries mas há muitas, e boas séries, que não estão lá e provavelmente cá em PT não vamos ter metade do conteúdo que têm nos US...

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