Depois de em Março ter bloqueado estes serviços nos EUA, o Twitter corta agora o acesso nos restantes 30 países em que ainda estava em funcionamento - incluindo Portugal.
O Politwoops e Diplotwoops era um serviço que monitorizava os tweets feitos por políticos e diplomatas, e permitia ver aqueles que tinham sido posteriormente eliminados - e que em Portugal estava disponível no Disse que não Disse.
Ora, se há muitos motivos para se poder apagar um tweet, como um qualquer erro ortográfico ou um link incorrecto devido a um copy-paste apressado, o intuito deste serviço era manter um registo histórico daquilo que os políticos disseram, e que mais tarde poderiam querer dar por não dito. Algo bastante frequente nesta classe, que parece ter uma memória curtas mesmo quando existem registos em vídeo daquilo que disseram e depois desdizem.
Como seria de esperar, esta medida do Twitter está a ser fortemente criticada, pois aquilo que um político diz publicamente deverá ser do conhecimento público, e com direito a registo, para que não se possa esquivar à responsabilidade daquilo que disse. E afinal, é o próprio Twitter que é apanhado num dilema, pois por um lado diz que um político é apenas mais um "utilizador normal" que deverá ter o direito a apagar um tweet... mas por outro lado disponibiliza contas verificadas para vedetas, que afinal já não utilizadores "normais".
Numa altura em que o Twitter tem tentado fazer uma operação de charme para voltar a atrair developers que se afastaram devido às restrições que lhes eram impostas, parece-me que este caso demonstra que afinal nada mudou no Twitter (a não ser tentar por todos os meios agradar aos investidores que não têm gostado de ver as suas acções caírem para os níveis mais baixos de sempre - neste momento aproximando-se de metade do valor que tinham quando entraram na bolsa.)
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