A AVG parece ter escolhido a pior altura para alterar a sua política de privacidade e referir que poderá vender os dados recolhidos dos utilizadores de produtos gratuitos, incluindo as suas pesquisas e sites por onde navegam.
Numa altura em que o iOS9 veio reacender o debate sobre o direito de utilização de adblockers, não só para efeitos de remoção de publicidade abusiva mas também dos scripts de tracking, a AVG vem relembrar a velha máxima de que, quando se usam produtos gratuitos, o verdadeiro produto são os próprios utilizadores. A AVG alterou as suas políticas de privacidade, clarificando que poderá vender os dados referentes aos pesquisas que os utilizadores dos seus produtos gratuitos realizarem, assim como o seu histórico de navegação, apps instaladas, etc.
É uma alteração que os apologistas da privacidade digital vêem como sendo um abuso; enquanto outros, mais compreensivos, dizem que será uma forma lógica de compensar uma empresa pela utilização de produtos gratuitos. Seja como for, quem não apreciar esta alteração (que entrará em vigor a 15 de Outubro), poderá optar por usar outro software anti-virus gratuito - ou esperar que a AVG cumpra com o prometido, de que permitirá aos utilizadores escolherem não participar neste tipo de recolha de dados, sem qualquer prejuízo a nível das funcionalidades oferecidas.
A mim parece-me que este tipo de incidentes será positivo para ir consciencializando os utilizadores para o tipo de utilização que é dada aos seus dados - mesmo que de forma anonimizada - e com isso devendo exigir-se que as empresas sejam mais transparentes e claras quanto ao uso que dão a esses dados.
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