2015/10/09
Smartphones Androids são vítima do seu próprio sucesso?
A chegada do novo e melhorado Android 6.0 Marshmallow vem também revelar um dos maiores problemas da plataforma Android, que neste momento é utilizado por mais de mil milhões de pessoas por todo o mundo: o facto de que a grande maioria delas não irá ver este novo Android chegar aos seus dispositivos, e poderá permanecer os próximos anos com equipamentos com vulnerabilidades que nunca serão corrigidas.
Longe vão os tempos em que os telemóveis se compravam e duravam anos, sem queixumes de que estavam a ficar lentos ou de que não faziam certas coisas - faziam chamadas, era o que interessava! Nessa altura, o que se pedia dos fabricantes era que o próximo telemóvel fosse mais pequeno e/ou tivesse maior autonomia, e eles assim faziam, surpreendendo-nos a cada ano com telemóveis mais pequenos e com autonomias que chegavam a atingir as várias semanas.
É certo que já se ia avançando para os smartphones, com a Nokia e o seu Symbian (e até os seus mini tablets, como o N770), mas depois lá chegou um tal de iPhone, recebido com arrogância por empresas como a Nokia e a Microsoft, e... todos sabem como é que isso terminou. Enquanto uns se recusaram a ver as mudanças, o Android apressou-se a adaptar-se a este novo mundo, e numa questão de poucos anos conseguiu reinventar-se e tornar-se no líder de vendas, que nesta fase vai bem encaminhado para vir a superar até os computadores com Windows. Mas há alguns aspectos que terão que ser revistos para impedir que esta evolução vá deixando para trás uma legião de utilizadores descontentes - e a principal será a questão das actualizações.
O Android 6.0 chegou, e neste momento encontra-se disponível apenas para um mão cheia de dispositivos (os Nexus do Google), e com a promessa de alguns fabricantes de que, eventualmente, lá o farão chegar a alguns dos seus smartphones. Não são referidas datas, e muitos nem sequer se comprometem que essa actualização chegue. Aliás, temos casos flagrantes, como a Motorola, que parece querer deixar de fora o Moto E de 2015 - um smartphone que ainda está a ser vendido neste momento, e que segundo as "regras", deveria ter um suporte oficial durante um período mínimo de 18 meses.
Há quem diga que é tempo dos fabricantes serem chamados à responsabilidade, e de se comprometerem com uma política de suporte e actualizações sem demagogias - isto, se quiserem manter a confiança dos utilizadores... pois facilmente se percebe o efeito que terá alguém descobrir que o smartphone "de marca" que comprou, não vir a receber qualquer actualização para o mais recente e apetecível Android. Isso seria algo que ainda se poderia esperar de uma marca "chinesa", que nos faz chegar um smartphone equivalente (ou melhor) a metade do preço de um de marca; mas será também uma questão de tempo até que estas marcas também comecem a ter que se preocupar com estas questões.
Mas por agora é simples: cumpram com o prometido, de actualizações feitas em tempo útil durante 18 meses após o lançamento dos diferentes modelos - e se acharem que não é possível fazerem-no, o remédio é fácil: reduzam o número de modelos de modo a que possam dar o suporte adequado aos que vendem.
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Devia existir uma lei que obrigasse os fabricantes a garantir actualizações durante o período de garantia dos dispositivos.
ResponderEliminar18 meses de actualizações por parte do android acho
EliminarMas n é nenhuma lei imposta pelo Google, apenas uma recomendação...
EliminarA Microsoft olhou claramente para o Android com arrogância porque achava que os seu clientes não iam deixar o que parecia ser algo intocável no mundo empresarial.
ResponderEliminarJá a Nokia, não teve outro motivo sem ser rentabilizar o Symbian ao máximo. Se a memória não me está a falhar, a Nokia em 2008 gastou mais de 400 milhoes para comprar o que pertencia so sistema às restantes companhias (Samsung, Ericsson e mais umas quantas).
Com que cara iam ficar os acionistas se eles de um momento para o outro gastassem umas centenas de milhões e depois optasse por um sistema concorrente? Pois...
Quanto ao Android, uso desde 2009, e cada vez mais me canso de ter de fazer as coisas à unha. E neste campo, mesmo os Nexus não estão safos. Basta uma companhia que fabrique o chip NFC deixe de dar suporte, que a Google mete-se fora. Aconteceu isso com os Galaxy Nexus e agora com o Nexus 4 (se bem que é mais desculpa que outra coisa).
no mundo do symbian era tudo mais divertido
EliminarA minha pergunta é : como resolver isto? E quem é o culpado/interessado nisto tudo?
ResponderEliminarComo resolver? Com ROMs cozinhadas.
EliminarQuem é o culpado? A Google! Isso resolvia-se "facilmente" obrigando os fabricantes que querem licenciar o Google Play, a cumprirem certos requisitos. Basicamente fazer o que a Microsoft fez com o Windows Phone, mas de maneira menos "agressiva".
É por causa deste tipo de coisas, que cada vez mais me agrada um Xiaomi ou um telefone que venha de originem com CyanogenMod, sendo este chinês ou não.
No caso da Xiaomi, podemos não ter uma interface tão limpa, podemos não ter a MiUI baseada na última versão do Android disponível nos meses seguintes, mas temos updates semanais, com correcção de erros e optimização que um Samsung ou HTC só terá com ROMs "cozinhadas".
Duvido que seja assim tao facil com um simples "A Google! Isso resolvia-se "facilmente" obrigando os fabricantes que querem licenciar o Google Play, a cumprirem certos requisitos. Basicamente fazer o que a Microsoft fez com o Windows Phone, mas de maneira menos "agressiva"."
EliminarÉ muito mais do que isso... e o problema passa por existir um OS aberto e que ja conta com mais de 24mil terminais Android diferentes
fonte: http://opensignal.com/reports/2015/08/android-fragmentation/
marcas que nem tu nem eu ouvimos falar lol
penso que se fosse assim tao fácil a google já o tinha feito
é esperar para ver...entretanto ja tou com 6.0 no meu nexus5. E para quem correu meia duzia de marcas sabe que um nexus é de facto o melhor, estando disposto a abdicar das "grandes" funcionalidades que um samsung, sony,lg etc etc podem ter mas ao menos é rápido e com actualizações a horas
O problema não está na quantidade de terminais, até porque mais de metade são baseados no mesmo SoC, sensores, resoluções - tanto que em muitos casos podes usar a mesma ROM em terminais diferentes. Basta ver que metade das chinesices são "chapa cinco" umas das outras.
EliminarA fragmentação existe e é um problema bem real. Mas só o é porque a Google assim o permitiu. Mas obviamente que lhes dá mais jeito a informação sobre utilizadores que conseguem obter, parte do lucro das APPs pagas, os ganhos em publicidade, etc.
O Android é OpenSouce, é verdade! Agora se quisesses acesso à Play Store devias ser obrigado a cumprir certos requisitos não relacionados apenas com os milhares de testes em que uma ROM ou Update necessitam de passar para ter essa certificação. Isso resolvia uma grande parte do problema, mas não interessa(interessava?) nem à Google nem aos fabricantes.
Quem compra Android pode ser dividido em três grupos: os que não ligam para tecnologia e querem apenas um telemóvel novo. Nunca actualizam os aparelhos e vivem bem assim (com dados roubados e bugs pelo meio). Há os que entendem de tecnologia e podem pagar por um Nexus ou um Motorola de topo. Esses terão actualizações e manterão o aparelho "saudável". O problema está naqueles que entendem de tecnologia e não querem/podem pagar por um Nexus ou um Motorola de topo. Estes ficam a chorar pelos sites e fóruns, a lamentar por uma actualização que só virá por ROMs duvidosas. Não há almoços grátis. Se querem aparelhos atualizados comprem Nexus ou Moto X. Ou um iPhone.., ;-)
ResponderEliminarDepois ainda há os wphones e blackberry 10 que têm tido suporte. Tenho dois telefones, um deles blackberry 10 e não me icomoda a pouca cota de mercado....a vida não é só iphones.
ResponderEliminarFalso. Os Lumia 800 e 900 por exemplo, ficaram de fora do suporte de updates pouco tempo depois de terem sido lançados. Apenas receberam update para o WP7.8, nada mais.
EliminarExcelente artigo, meus parabens.
ResponderEliminarO nokia 710,800 e o 900 foram a excepcção....de resto tem havido sempre updates para os modelos seguintes com o wphone....queria apenas destacar a diferença para o android no que toca a atualizações.
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