2016/02/05
O fim da privacidade chega com a Internet of Things
A internet of things promete-nos um mundo onde tudo está ligado, com maior conforto e eficiência para todos. Mas há quem alerte que o preço a pagar será o total desaparecimento da privacidade a nível pessoal e doméstico.
Quem é que não gostará de verificar se se esqueceu de alguma coisa ligada em casa e desligá-la remotamente? Quem não achará piada a uma boneca que pode responder às perguntas feitas pelas crianças? Quem não apreciará ter um termóstato inteligente que saiba ajustar a temperatura da casa para poupar dinheiro? Estas são algumas das coisas já possíveis hoje em dia, e que se multiplicarão exponencialmente nos próximos anos, à medida que mais e mais dispositivos vão sendo ligados à internet.
Mas com isto chegam também preocupações, que noutros tempos poderiam ser consideradas demasiado fantasiosas para serem consideradas, mas que revelações como as de Edward Snowden trouxeram para a luz do dia, demonstrando serem bem reais e estando em prática há muitos anos. Se noutros tempos a "espionagem" se poderia limitar ao que se faz no computador, hoje em dia há que ter em conta que carregamos um super-computador nos nossos bolsos para todo o lado. O nosso smartphone não só permite que os operadores saibam as nossas rotinas (e todos os que tiverem acesso a esses dados), como usamos também diversos serviços a quem damos expressa autorização para que o façam - como o histórico de localização do Google - para não falar de todos os que publicam voluntariamente essas e outras informações nas redes sociais ou outros serviços. Até o simples facto de enviarmos (todas) as nossas fotos para as clouds gratuitas permite que essas empresas possam fazer múltiplas e variadas análise, desde as pessoas que lá aparecem, aos locais onde foram captadas.
Não tenho dúvidas de que a internet of things será positiva (e inevitável), mas não se deverão descartar as preocupações dos que alertam para o enorme potencial de abuso que esta tecnologia permitirá. Abusos que, como infelizmente já vimos, há muito que saltaram das histórias de ficção para a realidade da nossa sociedade.
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