2017/06/21

Pai norte-americano quer proibir crianças de usar smartphones


Um pai norte-americano parece ter ficado traumatizado com os resultados de oferecer smartphones aos seus dois filhos, e agora que isso passe a ser proibido por lei.

Não é segredo que os smartphones contagiaram toda a nossa sociedade; para onde quer que se olhe facilmente se descobre alguém de cabeça baixada e olhos fixos no ecrã destes super-computadores de bolso, e as crianças não são excepção. Aliás, neste caso, Tim Farnum, pai de duas crianças com 11 e 13 anos, foi ele próprio que teve a iniciativa de oferecer dois smartphones aos seus filhos o ano passado. O problema - diz ele - é que as consequências dessa oferta foram desastrosas, com os seus filhos a deixarem de ter uma vida activa para passarem a dedicar todo o seu tempo aos smartphones, e com as ameaças de lhes serem retirados a serem respondidas com reacções agressivas que ele compara aos viciados em drogas.

Em resultado disso criou uma associação - Parents Against Underage Smartphones (PAUS) - que pretende conseguir fazer passar uma lei que passe a proibir a utilização de smartphones por crianças com menos de 13 anos.

Ora... facilmente se percebe que nem todos concordam que existam (ainda) mais leis que interferiam com as liberdades civis e aquilo que os pais acham adequado para os seus filhos. E embora esta associação queira aproximar o caso de coisas como o tabaco e bebidas alcoólicas, que também têm limites de idades, a questão é que um smartphone é também uma ferramenta extremamente positiva, podendo servir como auxiliar para o ensino, sistema de segurança (permitindo localizar as crianças), e muito mais.


Quando muito poderá colocar-se a questão se o real problema não são os smartphones, mas sim a educação que deu (ou não deu) aos filhos, e as regras que (não) aplicou para permitir que as partes positivas fossem ultrapassadas para níveis negativos. Mas... também é frequente vermos pessoas a queixarem-se que os seus filhos até já só comem se tiverem o tablet à mesa... Pessoas essas que provavelmente também passam o jantar a ler as notícias no smartphone, ou a jogar qualquer jogo, em vez de prestarem atenção a quem está ao seu lado.

Nada como dar o exemplo dos comportamentos que se desejam, e nada como definir limites bem claros para evitar que se caiam em exageros. E assim, torna-se desnecessário querer proibir o acesso a equipamentos que muitos benefícios podem trazer às crianças... se devidamente moderados.


P.S. Não esquecer que em décadas passadas também houve quem tentasse "criminalizar" a televisão com o mesmo tipo de justificações, e depois os computadores, e as consolas de jogos... enfim...

1 comentário:

  1. A questão já se punha com os telemóveis/SMS - a miudagem não os largava nem nas horas das refeições. Pode ter-se agravado, mas não penso que tenha sido por aí além, com a passagem para smartphones, por causa de Facebook e redes sociais em que é preciso estar sempre de "olho em cima".

    Pode, de facto, proibir-se o telemóvel/smartphone durante as refeições. Mas a miudagem é muito imaginativa quanto aos sítios em que os colocam para lhes poderem dar uma olhadela com frequência.

    Quanto a tirar-lhos e receber uma reação violenta, de que se queixa o dito pai, também é mais do que certo. A vantagem em relação aos pais que só faziam uma coisa de cada vez é que o pessoal do computador+tablet+smartphone+smartTV consegue fazer várias coisas ao mesmo tempo, incluindo comer umas garfadas e dizer qualquer coisa, pouca, que lhes interesse, durante as refeições.

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