Arranca hoje mais uma edição do Rock in Rio Lisboa, que este ano conta com muitos motivos para atrair também os fãs dos jogos, e estivemos lá para ver como tudo se irá passar - e passo o relato ao meu amigo Manuel Reis.
Mais um ano par, mais um Rock In Rio (RiR) que, desde 2004, anima o Parque da Bela Vista em Lisboa. Se ainda usam como referência o nome do evento para alguma coisa… não o façam. O RiR tem alargado progressivamente a sua abrangência, e este é o ano em que noto maior mudança. Apesar de continuar a ter uma forte componente musical, o festival expande-se para outras áreas. A norte do vale do Palco Mundo - o palco principal - ergueu-se uma zona completamente nova e diferente daquilo que vemos habitualmente nos festivais de Verão, e que envolve cinema, YouTubers, “cultura pop” e videojogos - ou gaming, para quem diz “vou fazer running” em vez de “vou correr”.
Nisto, apresentam-nos o Worten Game Ring, uma tenda onde se vai poder assistir a finais de videojogos. Não vai passar muito disso, sinceramente: É uma tenda, com uma zona de recepção, um auditório e, numa plataforma, um número considerável de AOCs prestes a receber finais de vários torneios que têm decorrido ao longo dos últimos meses. Pausa aqui para a questão habitual: “Mas, ó Manel, as pessoas vão pagar 69€ para ir ver malta a jogar computador?” Ao que eu respondo: “Sim, porque precisam de algo para fazer durante os concertos contratualmente obrigatórios dos Xutos e Pontapés e da Ivete Sangalo.” No entanto, coloquei esta questão a Jamil Heneni, da Magic Shot (empresa responsável pela programação da tenda), que me respondeu que o RiR é um conjunto de experiências que devem ser vividas. E tem razão: entre esperar duas horas na fila para ter uma poltrona insuflável da Vodafone, a esperar uma hora na fila para fazer slide por cima do público do Palco Mundo, a esperar quarenta minutos para pagar 10 euros por uma refeição que cá fora custa metade (há muitas filas no RiR, mas acho que me estou a afastar do tópico principal); é bem provável que muitas pessoas prefiram dedicar parte do seu tempo a este espaço dos jogos.
A Worten tem feito um mega investimento de um milhão de euros em actividades relacionadas com gaming. E, dentro da exposição que as competições de videojogos têm obtido no último par de anos - a ascensão dos eSports, streaming de jogos no Twitch, e até projectos como o RTP Arena (e sim, vários YouTubers e Twitchers) - acaba por ser mais um passo em trazer este conceito para o público em geral, que de uma forma ou de outra, já dará uso aos jogos, nem que seja nos seus smartphones para passar o tempo. Público esse que pode assistir às finais de torneios, duas das quais - League of Legends e CS:GO - irão oferecer 5 mil euros a cada uma das equipas vencedoras. Uma final de um torneio pode ser incrivelmente emocionante, até para quem vê de fora.
Roberta Medina, da organização do RiR, referiu que lhe foi dito que “se tivermos um jogo instalado no telemóvel já somos gamers”. Os meus 52 níveis completos de Candy Crush dão-me mais estatuto do que pensava e, por falar em jogos móveis, dois - Subway Surfers e Clash Royale - irão ter áreas dedicadas em que os visitantes podem sentir que estão no jogo. E, se gostarem disso, algumas caras da SIC (quatro mulheres e quatro homens - curiosamente, três deles chamam-se João) vão participar em “Slime Wars” - estão a ver aquilo que acontece nos Kid Choice Awards ou à Carrie no filme Carrie? Basicamente é isso. Junta-se à programação o Hugo Rosa a fazer stand-up, uma parada com cosplayers e “cabeças de avatar”, concertos de música de videojogos e uma surpresa para o último dia. A receber os visitantes estarão Mr. Nikki, Olívia Ortiz e RicFazeres.
Apesar de só lá ter ido há uns dias, com o recinto ainda em obras de finalização, parece-me um bom espaço para passar tempo entre concertos. Medina referiu que uma iniciativa idêntica no Rock in Rio no Brasil conseguiu atrair metade do público do evento, e que nesta edição portuguesa se espera uma adesão semelhante.
O Rock in Rio realiza-se nos dias 23, 24, 29 e 30 de Junho. Dia 24 já está esgotado, mas ainda há bilhetes à venda para todos os dias - incluindo o da Ivete Sangalo.
Por Manuel Reis
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