2018/11/03
Autonomia dos smartphones está a piorar?
A autonomia dos smartphones é daquelas coisas que raramente deixa os utilizadores satisfeitos (com algumas poucas excepções), e há quem argumente que a situação tem ficado cada vez pior, com os mais recentes topo de gama a durarem menos que os seus antecessores.
Alguns testes de autonomia têm revelado que modelos como o iPhone XS e Pixel 3 têm autonomia mais reduzida que o iPhone X e Pixel 2 que vieram substituir, levantando a questão sobre não estaremos a ficar cada vez pior servidos - neste aspecto, que é fundamental para todos os utilizadores.
O problema é que a questão não é assim tão simples quanto um único teste possa fazer parecer. Neste caso, o teste em questão consistia em fazer os equipamentos navegar continuamente a web, obtendo valores de 8:28 para o Pixel 3 (vs 9:57 do Pixel 2), e 9:09 para o iPhone XS (vs 9:30 do iPhone X) - mas outros testes, que tentam simular uma utilização mais realista, obtêm resultados diferentes, em que os novos modelos conseguem superar a autonomia dos modelos antigos.
Na verdade, não é um resultado tão surpreendente quanto possa parecer. Um smartphone mais recente vem equipado com um CPU mais potente, e que logo por isso será mais gastador - ainda mais tendo em conta que a tecnologia das baterias tem evoluído a ritmo muito mais lento que a evolução dos CPUs e GPUs. Daí que, qualquer tipo de teste que consista em deixar estes CPUs a trabalhar ao máximo, resultará em autonomias mais reduzidas que os modelos anteriores, mesmo se nesse menor espaço de tempo tenham conseguido fazer mais trabalho que os CPUs da geração anterior.
É aqui que entra a questão da eficiência: um CPU pode gastar mais mas ser mais eficiente que um CPU que gasta menos, por ser capaz de fazer o mesmo trabalho num menor período de tempo. Em analogia automobilística, será o equivalente a ter um carro que pode gastar mais gasolina mas que é capaz de chegar aos 100Km/h em apenas 3 segundos; face a outro que gasta menos gasolina mas demora 6 segundos a atingir a mesma velocidade, acabando por gastar mais gasolina no total.
Essa eficiência explica porque é que em uso "normal" um CPU mais recente pode ser menos gastador, por ser capaz de realizar os processos mais intensivos mais rapidamente, regressando mais depressa aos modos de poupança de energia.
... Claro que, no final, o que realmente interessa é o uso que cada utilizador faz do seu smartphone. Para uma pessoa que passe o dia a tirar fotos, a autonomia será bem diferente da que é obtida por outra pessoa que apenas usa o smartphone para ver o email de manhã e à noite. Por isso... cada um é que sabe quanto é que realmente a "autonomia" dura para o seu próprio caso.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Bem, se tiver instalado o Android Pie a explicação pode ser outra.
ResponderEliminarhttps://venturebeat.com/2018/11/01/android-pie-has-a-battery-life-problem/