A Samsung escolheu o Centro de Congressos da Alfândega do Porto para o Samsung European Forum, que serve de palco para a apresentação Europeia dos seus novos produtos para 2019, incluindo as suas mais recentes TVs QLED 8K, e toda a diversificada gama de electrodomésticos para o lar.
Não escondo que estava com enorme curiosidade para ver os mais recentes modelos QLED da Samsung, não só por incluírem modelos 8K, mas especialmente para ver que tal estes LCDs se comportam face aos OLED da LG. Obviamente, poder espreitar a imponente "The Wall" bem de perto, para averiguar se se conseguiriam notar as junções dos seus módulos, estava também na lista das prioridades.
Começando pelos pontos básicos, para dissipar qualquer dúvida, importa relembrar que os televisores QLED da Samsung, embora com designação muito próxima do OLED, são ecrãs LCD. O "Q" vem da tecnologia Quantum Dot, que é utilizada para expandir a gama de cores - permitindo criar cores mais vibrantes e profundas. Dito isto, vamos então aos modelos.
Para este ano a Samsung aposta nos modelos Q90R, Q80R, Q70R e Q60R na gama 4K, com tamanhos que vão das 43" às 82"; e onde as gamas superiores contam com tecnologia local dimming. Caso os 4K já não sejam suficientes, no segmento topo de gama a Samsung propõe a família Q900R 8K, cujos tamanhos começam nas 65" e vão até às 98" (modelo que seguramente será um sucesso... nas casa de alguns futebolistas.) Também as variantes mais "estilosas" Serif e The Frame passam a contar com painéis QLED, e todos os modelos deste ano vêm com suporte para HDR10+.
[Pode não ser fácil ter essa percepção... mas estamos a olhar para um ecrã de 98"]
A nível das cores, com os ecrãs certamente configurados para o modo "vívido" que fica sempre melhor neste tipo de apresentações, todas as QLED deste ano produzem cores impressionantes e, agrada-me dizê-lo, nos modelos com local dimming ("Direct-Full-Array" na terminologia da Samsung) temos contraste e nível de preto que pouco ou nada ficam a dever aos OLED - não sendo sequer perceptível o efeito de halo luminoso que habitualmente se associa a esta tecnologia.
Colocando-se um OLED lado a lado com uma Q80R ou Q90R, penso que resultaria num desafio interessante tentar adivinhar qual é qual. :)
Quanto aos modelos 8K, estamos neste momento numa fase em que esta tecnologia está a ser recebida com críticas do estilo "os olhos não conseguem ver essa resolução", etc. etc.
[vista "close-up" do ecrã 8K]
O que é certo, é que quem já tiver espreitado um ecrã 4K de grandes dimensões bem de perto, terá constatado que consegue ver com facilidade os seus pixeis. Com os modelos 8K, esses pixeis voltam a tornar-se minúsculos, permitindo uma fidelidade visual superior, mesmo à distância em que supostamente não seriam perceptíveis.
Claro que temos a questão da falta de conteúdos (até os conteúdos 4K são ainda desconhecidos de grande parte dos portugueses), e para isso a Samsung contrapõe com o sistema de upscaling com AI, que promete melhorar imagens de qualquer resolução para tirar o máximo proveito dos 8K. Os resultados serão variáveis - especialmente tendo em conta que "não há milagres" quando a passar uma emissão em HD ou baixa definição para 8K. Por outro lado, quando até mesmo os conteúdos Full HD e 4K que se vêem nem sequer têm o bitrate adequado, não se poderá culpabilizar demasiado ter que se recorrer a esta a opção.
Passando para a The Wall, sem dúvida que estamos perante o futuro dos ecrãs. Recorrendo a tecnologia micro-LED (este sim, a verdadeira resposta aos OLEDs) e painéis modulares, a The Wall torna realidade a possibilidade de se ter um ecrã com o tamanho e formato que se desejar. Podemos criar um ecrã quadrado, ou ultra-panorâmico, ou preencher por completo uma parede, com o único limite a ser a imaginação... e o orçamento disponível.
Tratando-se de um ecrã que é composto por diferentes módulos encostados uns aos outros, a pergunta que se impunha era: será que é possível ver as junções entre eles? E felizmente, não é. Mesmo estando a menos de um metro de distância da "parede", não é perceptível detectar as junções dos módulos. Por vezes, a única indicação que temos de que se trata de um ecrã modular surge em situações muitos específicas, onde se consegue notar uma muito ligeira diferença de tonalidade numa área com uma única cor sólida (a calibração dos diferentes módulos, de modo a garantir exactamente a mesma reprodução de cor é uma das grandes dificuldades em sistemas como este).
Embora tecnicamente a The Wall já esteja a ser comercializada, é o tipo de coisa que ainda permanecerá afastada dos lares portugueses por muitos anos. Eventualmente, esperamos que a Samsung consiga reduzir os custos de produção de forma a tornar os ecrãs micro-LED na tecnologia standard para todos os seus ecrãs... e lá podemos ter um ecrã que eventualmente possa crescer ao longo dos anos, comprando-se mais uns módulos para ir fazendo crescer o televisor. :)
Para além disto, podíamos ver por lá coisas como o Ambient Display, que pode disfarçar estes televisores apresentando imagens da parede (ou outras à nossa escolha) em conjunto com informação adicional; o acesso aos conteúdos do iTunes (que nesta fase será um exclusivo das Smart TVs da Samsung); o acesso ao catálogo artístico de obras no model The Frame (que pode passar por um quadro pendurado na TV); uma nova gama de soundbars (com suporte Atmos e DTS:X nos modelos de topo - e com sonoridade impressionante); etc. etc. Mas, penso que a nível dos televisores já poderão ficar com uma ideia do que esperar dos QLED para este ano.
Sem HDMI 2.1 com funções completas, comprar estas TV é comprar reciclagem do ano passado
ResponderEliminarTem HDMI 2.1 com suporte para 8K 60Hz.
EliminarDe resto, não me parece que tão cedo surjam leitores com capacidade 8k (veja-se o tempo que demorou a surgir para os 4K); pelo que por agora apenas se irá tirar partido do upscale que ela faz, e eventualmente esperar que as plataformas de streaming ajudem a acelerar a transição para conteúdos 8K, tal como têm feito para o 4K - coisa que sinceramente não me parece que tenham muito interesse em fazer nesta fase - veja-se o HBO em Portugal, que se fica pelo HD.)
O interesse do HDMI 2.1 vai muito para além do 8k 60hz (e só a Q900RB e a Q950R terão pelo que percebi) e parece que em 2019 a Samsung não dará os 48 Gbps. Ou seja, até 2020 o HDMI 2.0 ou 2.1 limitados são a opção da Samsung. Reciclagem.
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