2019/03/27

À conversa com Vitor Santos - autor do livro "Criatividade em Sistemas de Informação" da FCA


A FCA deu-nos a oportunidade de conversar um pouco com alguns dos seus autores, e desta vez o escolhido para a rubrica "À conversa com" foi Vitor Santos, autor do livro "Criatividade em Sistemas de Informação".


O que o levou a enveredar pela escrita deste livro?

A ideia de escrever este livro teve por base uma continuada série de “provocações” concretizadas por parte de alguns amigos e colegas que, conhecendo o meu trabalho na área e tendo assistido a alguns workshops e seminários práticos sobre criatividade e Sistemas de Informação (SI) e Tecnologias de Informação (TI), argumentaram ser importante resumir e passar a substância destas actividades à forma escrita.

Em que consiste a metodologia proposta e o que podem os leitores esperar após a sua leitura?

Ao contrário do que é comummente percepcionado, ser mais ou menos criativo não é uma questão genética. De facto, desde os anos 60 a experiência tem mostrado que é possível recorrer a diversas estratégias mais ou menos estruturadas para gerar novas ideias. Tal pode parecer um paradoxo, mas a verdade é que, no ser humano, no processo criativo o pensamento divergente e o convergente parecem oscilar e esta oscilação parece condicionar a utilidade da criatividade, limitando a geração de ideias inúteis.
Neste livro, tentando combinar estes dois tipos de pensamento, abordam-se várias técnicas e processos estruturados aplicados à área dos sistemas de informação e tecnologias informáticas, reconhecidas como sendo das maiores ferramentas actuais para o progresso da humanidade. No final, existe um capítulo dedicado quase exclusivamente à construção de software que gera
ideias automaticamente.

Na sua opinião, as organizações nacionais são suficientemente criativas e inovadoras nos projetos de SI/TI que desenvolvem?

Não somos ainda suficientemente criativos e inovadores nos projectos de SI/TI e a prova disso é que somos, na maioria dos casos, seguidores (followers) e não leaders como é o caso de algumas empresas de tecnologia nos EUA. Isto pode levar a uma diferença de remuneração de milhares de milhões de euros entre empresas... Não é por acaso que a Amazon e a Google são as empresas mais ricas do mundo.
Como ser líder nas SI/TI? Bom, todos sabemos. Há-que ser o primeiro... ser inovador e saber conquistar o mundo. O que não sabemos? Ser criativo. Inovar nas SI/TI e conquistar o mundo não é meramente uma questão de sorte, de viver nos EUA ou de ter dinheiro. É, sobretudo, uma questão de ter a abordagem certa. E é aqui que penso que o meu livro pode dar um contributo.

O que podem fazer e a quem devem recorrer para melhorar?

Na minha opinião a primeira coisa que as organizações devem fazer é tentar mudar de perspectiva, isto é: deixar de olhar para as TI como sendo um conjunto de ferramentas que servem apenas para automatizar e para, eventualmente, optimizar os processos (seja por redução de tempo e custos como por melhoria da qualidade) e passar a considerá-las como potenciadoras de um espaço de revolução e liberdade. Para tal, é preciso perceber que desenhar software que possa fazer diferença na competitividade das empresas não é, simplesmente, satisfazer os requisitos de negócio e melhorar a tal eficiência de processos, mas também criar rupturas que invertam o processo básico da engenharia de software. Ou seja, em vez de o software ser desenhado para somente servir o negócio actual das empresas, poder ser também desenhado como fonte de criação de novos negócios e/ou como forma de actuar das empresas e até, eventualmente, gerar novos paradigmas. Um objectivo importante deste livro é ajudar neste aspecto.

A quem recomenda a leitura deste livro?

A todos os que tenham interesse nas SI/TI e nos processos criativos.

Sobre o autor:
Vitor Santos - Professor Auxiliar na NOVA Information Management School (NOVA IMS) da Universidade Nova de Lisboa, onde leciona disciplinas das áreas dos Sistemas de Informação e da Inteligência Artificial. Integra vários comités científicos de conferências nacionais e internacionais. Durante oito anos e meio, foi o Academic Computer Science Program Manager da Microsoft Portugal, tendo também ao longo da sua carreira ocupado posições de gestão em empresas e exercido atividades de Engenharia Informática, com mais de 40 projetos desenvolvidos em SI.



Para quem chegou até aqui, temos uma surpresa. Temos para oferecer dois exemplares do livro "Criatividade em Sistemas de Informação" e para te habilitares a ganhar um deles só tens que participar preenchendo o seguinte formulário:

Passatempo encerrado: os vencedores foram:
Pedro Henriques
Francisco Natividade

Fica atento aos próximos passatempos.

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