2019/04/03

YouTube estava a par de vídeos "tóxicos" mas optou por não fazer nada


Relatos internos indicam que há anos que estavam a surgir alertas preocupantes no YouTube quanto a vídeos indesejáveis, mas os responsáveis optaram por deixar os vídeos a fomentar o uso da plataforma em vez de os removerem.

O caso dos abusos do Facebook teve um efeito catalisador na análise do funcionamento de muitas outras plataformas, e no caso do YouTube as coisas parecem não estar muito melhores. Embora não seja propriamente segredo, através daquilo que se pode ver do exterior, parece ficar confirmado que no seu interior há muito que havia pessoas preocupadas com os vídeos tóxicos que ganhavam efeito "viral" e até iam sendo promovidos pelo próprio YouTube - e que quando alertavam as chefias para isso ou sugeriam métodos para combater tais vídeos, descobriram que o que lhes pediam era para ficarem quietos.


É certo e sabido que o problema da moderação de conteúdos não é de fácil resolução (se é que terá mesmo solução). Mas, uma coisa é descobrir que existem conteúdos indesejados e tentar encontrar forma de os combater; outra é estar consciente de que eles existem, saber onde estão, e não fazer nada. Aliás, o YouTube chegou ao ponto de instruir os seus colaboradores para nem sequer procurarem esse tipo de vídeos, para poderem alegar "desconhecimento" caso alguma vez tenham que prestar declarações!

Infelizmente, esta tipo de comportamento que se tem verificado nos últimos anos parece continuar a dominar as decisões no YouTube. Num recente caso de um extremista britânico já expulso de outras plataformas, o YouTube optou por permitir que os seus vídeos permaneçam na plataforma, embora os tenham banido dos resultados das pesquisas e o tenham proibido de fazer emissões em directo, a par de uma mensagem de alerta de conteúdo "impróprio" antes da reprodução dos vídeos. Ora... é impróprio, não permite que se possa pesquisar por eles, nem que o seu criador faça emissões em directo... mas ainda assim permite que se mantenham no YouTube? Hummm...

Independentemente das opiniões, o que é certo é que um dos ex-directores do YouTube, após ter passado uma década na Google, disse não ter tido outro remédio a não ser bloquear o acesso ao YouTube em sua casa, depois do serviço ter apresentado como vídeo recomendado para a sua filha, um de animação contendo uma Branca de Neve sexualmente explícita a ter relações sexuais com um cavalo.

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