2020/03/22

FIA reforça tecnologia anti-batota para a F1


No seguimento de um acordo misterioso com a Ferrari, a FIA anunciou que iria reforçar a monitorização das bombas de combustível, que deverão acabar com as suspeitas de certas "habilidades" que estavam a ser implementadas.

A Formula 1 é, actualmente, um complexo compêndio de regulamentos e restrições, que todos os fabricantes tentam levar ao limitar... e por vezes um pouco mais além. Era essa a suspeita que recaía sobre a Ferrari, que parecia conseguir obter muito mais potência dos seus motores que todos os concorrentes, e que levou a pensar que estaria a ultrapassar o limite do fluxo de combustível permitido.

Na F1 os carros estão limitados a um máximo de 100 kg de combustível durante a corrida, e a bomba de combustível limitada a um fluxo máximo de 100 kg/h. Este último limite é controlado por um sensor, mas Novembro, em vez de a denunciar directamente as suas suspeitas sobre a Ferrari, a equipa Red Bull lançou um "pedido de esclarecimento" à FIA, sobre um pequeno detalhe técnico (que era o que suspeitava que a Ferrari estaria a fazer), sobre se seria possível enganar o sensor!

É que no sistema actual, o sensor faz as medições 2200 vezes por segundo. E, num desporto tão competitivo como este, que envolve muitas centenas de milhões de euros, tornava-se credível que uma equipa - a Ferrari - estivesse a usar um sistema que permitisse um fluxo de combustível superior, mas que o reduzisse para o valor permitido apenas nos momentos em que o sensor fosse fazer as medidas.


Isso originou a investigação à Ferrari, que terminou com um acordo secreto que não revelou a técnica que estaria a utilizar, mas as suspeitas parecem ter sido acertadas. A FIA revelou que vai modificar o sistema de monitorização do fluxo de combustível, passando a usar dois sensores que funcionarão de forma independente e sem que o fabricante consiga saber a que frequência exacta trabalham, impossibilitando a tal táctica.

Na prática, era equivalente aos condutores que circulam nas estradas a velocidades superiores às legalmente permitidas, reduzindo apenas para as velocidades legais quando passam por um radar.

2 comentários:

  1. O artigo original fala em medição do fluxo a 2200Hz e não 2200 medições por segundo, que confesso não sei como se poderia enganar.

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    1. O hertz é expresso em termos de ciclos por segundo

      Ou seja, está bem escrito

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