2020/05/04

Skype, Teams, Meet e Duo também levantam preocupações de privacidade


Com o Zoom a ser constantemente bombardeado com falhas e questões de privacidade, não deixará de ser importante espreitar o que os outros principais serviços de videoconferência, como o Skype, Teams, Meet, Duo, Hangouts e Webex, lidam com esse aspecto - e o panorama não é nada animador.

Uma análise da Consumer Reports às políticas de privacidade dos serviços de videoconferência da Google (Meet, Duo, Hangouts), Microsoft (Skype, Teams) e Cisco (Webex) revela aquilo que, infelizmente, já se poderia suspeitar. A maior parte das coisas que são ditas nas políticas de privacidade são referências vagas ao que podem fazer e que tipo de informação podem recolher e associar, sem que nunca seja dito algo em concreto. O que fica desde logo garantido é que ao utilizar estes serviços (e o Google Meet recentemente até passou a gratuito) os utilizadores ficarão com isso associado aos seus perfis de utilização, e que o seu vídeo e áudio poderá ser utilizado para efeitos de treinar sistemas de Inteligência Artificial ou qualquer outro uso que as respectivas empresas desejem fazer.

Como em muitos outros serviços, há duas formas de interpretar este tipo de políticas. Por um lado, podemos olhar para elas de modo positivo e optimista, e considerar que são exigências meramente necessárias para que os serviços possam funcionar como se espera que funcionem. Um serviço de videoconferência tem obrigatoriamente que ter o direito de poder "mostrar uma pessoa a outra(s)", assim como o de partilhar informação entre elas, e potencialmente permitir que essa informação seja guardada para posterior acesso pelas mesmas. Por outro lado, essas mesmas políticas podem ser vistas por um lado mais sombrio, em que permitirão um total abuso sobre os dados recolhidos: do estilo de analisar tudo o que os utilizadores dizem ou expressões que fazem, para compilar mais informação sobre as suas preferências ou catalogá-los automaticamente sob diversos critérios.

Infelizmente, tendo em conta casos como o Cambridge Analytica e outros mais recentes, não se poderá censurar a maioria dos utilizadores por ter uma visão pouco abonatória da forma como as empresas encaram os seus utilizadores.

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