A Apple diz que não vai implementar 16 web APIs no Safari por considerar que potenciariam abusos à privacidade dos utilizadores - mas simultaneamente limitando aquilo que as web apps poderão fazer.
Há muito que a Apple é acusada de limitar as capacidades do Safari como forma de impedir que as web apps se possam tornar numa alternativa efectiva às apps nativas no iOS - algo que seria de importância crítica para todos os que não se quisessem sujeitar às regras da sua App Store, única forma de aceder oficialmente ao universo de iPhones e iPads. Infelizmente, para além de não permitir a existência de browsers concorrentes - todos os browsers em iOS, apesar de se apresentarem como sendo Chrome, ou Firefox, ou qualquer outro, continuam a utilizar o Safari do sistema, mudando apenas o interface em seu redor - a Apple continua também a limitar aquilo que o seu próprio Safari pode fazer.
Enquanto os browsers vão evoluindo no sentido de permitir mais coisas feitas usando tecnologias web, a Apple fecha as portas do Safari a coisas como o Web USB, Web Bluetooth, Web MIDI, Web NFC, e até a coisas como o acesso a dados da bateria, sensor de luminosidade, sensor magnético, e outros.
A Apple diz que esta recusa se deve ao desejo de proteger a privacidade dos utilizadores, e que estas tecnologias permitiriam que sites pudessem utilizá-las para identificar os utilizadores; mas parece esquecer-se que poderia facilmente proteger o acesso a estas APIs atrás de pedidos de permissão, que impedissem o acesso não autorizado às mesmas.
Até lá, os utilizadores do Safari e iOS, continuarão a ter uma experiência web desfalcada, que vai atrasando a adopção de web apps como alternativa a apps nativas. E de pouco serve que no iOS 14 a Apple anuncie que os utilizadores podem escolher um browser default à sua escolha, quando na realidade as opções se limitam ao Safari, apenas com um aspecto diferente consoante a marca que se escolha.
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