2020/08/01

Reactor de fusão ITER já começou a ser construído


Quase 15 anos após a sua aprovação, começou finalmente a ser construído o ITER (International Thermonuclear Experimental Reactor) em França, que se espera poder demonstrar a viabilidade dos reactores de fusão para geração de energia.

Ao contrário dos reactores nucleares tradicionais, que usam fissão nuclear (com todos os derivados indesejados a nível de produção de resíduos radioactivos), este reactor replicará aquilo que acontece no interior das estrelas: a fusão nuclear. O problema é que replicar o tipo de condições existente no interior das estrelas não é nada fácil, e obriga - por exemplo - a que se utilizem campos magnéticos para manter o plasma dentro do reactor sem tocar em nada, já que as suas elevadas temperaturas (150 milhões de ºC) destruiriam qualquer material com que entrassem em contacto.

Por agora, as dificuldades começam já pela própria construção, que é descrita como sendo o puzzle 3D mais complexo do mundo, com um milhão de peças, algumas das quais pesando centenas de toneladas. Depois, se tudo correr bem, o funcionamento experimental poderá arrancar no final de 2025, dando início ao processo que, permitirá que uma lata de água do mar possa gerar energia equivalente a 10 mil toneladas de carvão, de forma sustentável e sem emissões poluentes.

Os cientistas esperam que o ITER consiga gerar 500MW de energia térmica, resultando em 200MW de energia eléctrica utilizável, suficiente para alimentar 200 mil casas. No entanto, o seu propósito é simplesmente demonstrar a viabilidade dos reactores de fusão; abrindo as portas para um futuro onde venham a ser construídos reactores para utilização comercial.



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