2020/11/26

Intel "faz queixa" do desempenho dos AMD Ryzen 4000

Sem ter tido espaço para respirar, a Intel aponta o dedo a uma táctica usada pela AMD nos Ryzen 4000 que reduz significativamente o desempenho quando em modo de bateria, para prolongar a autonomia.

Estando a ser atacada em múltiplas frentes, a Intel faz o que pode para tentar demonstrar a sua validade. Em relação à AMD e as novos Ryzen 4000 (Zen 2), a Intel alerta para uma situação que até ao momento não tinha sido muito discutida: o desempenho destes chips reduz-se significativamente quando se passa de um portátil ligado ao carregador, para um o modo de funcionamento apenas com bateria. E isto porque a AMD aplica um atraso de até 10 segundos antes de activar o CPU no modo de desempenho máximo.

Ou seja, para maximizar a autonomia, os CPUs da AMD adiam a entrada em funcionamento à máxima velocidade, a não ser que uma tarefa intensiva seja mantida durante cerca de 10 segundos, e só aó passam a funcionar a 100%. Isto evita aumentar o consumo por causa de situações ocasionais de tarefas intensivas de curta duração, mas obviamente também prejudicando o desempenho que seria possível ter- como a Intel refere.

Outra insinuação curiosa, é que a Intel diz que a AMD não aplica isto a todos os programas, com programas de benchmark como o Cinebench a estarem excluidos desta regra, de modo a obter o melhor resultado possível, mesmo quando estão a funcionar com o sistema alimentado apenas pela bateria.

Este tipo de práticas é censurável, pois é algo que está a enganar os utilizadores quanto ao nível de desempenho que poderão obter - e neste caso parece-me completamente evitável, pois seria simples para a AMD simplesmente adicionar uma opção, ao critério de cada utilizador, sobre se preferia ter o CPU no modo de poupança (que me parece um excelente compromisso para quem prefere a máxima autonomia, sabendo que continua a ter acesso ao CPU a 100% nas tarefas mais intensivas de longa duração), ou em modo de máximo desempenho constante.

De resto, embora seja válido este alerta da Intel, há que referir que também tem "telhados de vidro". Os CPUs da Intel frequentemente vão muito para além dos consumos TDP anunciados, fazendo com que chips que teoricamente se deveriam manter nos 28W cheguem a consumir 51W(!) com as temperaturas a chegarem a 98ºC.

Seja como for, e embora todos nós fiquemos a ganhar com uma maior transparência sobre estas coisas, parece-me que a Intel está apenas a perder tempo face à verdadeira ameça que terá que enfrentar nos próximos anos - a potencial transição do mercado PC para os chips ARM.

4 comentários:

  1. Desculpa, mas tenho de discordar de boa parte do artigo (e utilizando a mesma fonte).

    Não a parte das queixas da Intel e do delay para activar o mode de desempenho.
    Até concordo com a parte que em última análise a AMD devia deixar os utilizadores controlar essa opção.

    Discordo é na parte das conclusões...
    "But this ignores the greater efficiency of the AMD systems, above and beyond the delayed shift to maximum performance (and battery consumption) states in the CPU. When we run Cinebench R23 for five full minutes, a Ryzen 7 Pro 4750u system renders more scenes than the Intel i7-1185G7, and it does so with less total power consumed. There's no clever trick to explain that away."

    Ou seja, apesar do delay, o resultado final é superior.
    E parece haver uma gestão por parte da AMD dos recursos... não aplicando "regras cegas".

    Já para não falar no facto da Intel ter obrigado todos os reviewers a assinar NDAs para proibirem testes e não revelarem dados sobre o consumo e correspondente autonomia dos seus processadores.

    A posição da Intel faz-me lembrar um Sr que se queixou dos seus fiscais não conseguirem ver nada e por isso havia uma enorme trafulha, e o acordo foi esses mesmos fiscais passarem a estar a 2m quando antes estavam a 2,5m

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    1. Acho que não leste bem o que escrevi. Concordo contigo. :)
      A AMD só ficou mal vista aqui em dois aspectos: 1) ao não revelar isto publicamente; 2) ao criar excepções para programas de benchmarks.
      De resto, sim, é mesmo sinal de desespero da Intel, e que mesmo com estas queixas, não tem grandes argumentos: como refiro, se a AMD faz "batota" para maximizar a autonomia; a Intel faz batota para maximizar o desempenho, fritando o CPU a gastar quase o dobro do que seria suposto (e a proibir que se refira a autonomia).

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  2. A AMD não devia ter essas excepções, e tanto um como outro deviam ser possíveis de gerir através do modo de energia do windows

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  3. custa menos dinheiro denegrir a imagem de uma empresa rival que fazer algo que supere essa empresa rival. a intel estava habituada a ser a única e a fazer o que queria aos clientes agora há concorrência como deve ser lixou se

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