2021/02/01

Tesla Cybertruck e Roadster só para 2022

Comprovando-se o factor de distorção temporal "Elon time", tanto o Tesla Cybertruck como o muito aguardado Roadster voltam a sofrer atrasos e só irão chegar ao mercado em 2022.

Começando pelo Cybertruck, que por agora acaba por ser o menos penalizado, o modelo estava inicialmente prometido para este ano (2021). No entanto, Elon Musk diz que o facto de se tratar de um modelo com processo de produção completamente diferente atrasou as coisas. Pelo lado positivo, diz que o design está finalizado e estão a preparar-se para encomendar as máquinas de prensagem para a parte traseira (de 8 mil toneladas) que serão as maiores já usadas pela Tesla. Se tudo correr bem diz que talvez seja possível ter alguns Cybertrucks prontos antes do final do ano, o que traduzindo-se para linguagem do mundo real equivale a dizer: é melhor assumir que o Cybertruck só ficará pronto lá para meio de 2022.

Em pior situação fica o Roadster, que na apresentação de 2017 tinha sido prometido para 2020. Entretanto, já foi adiado para 2021, e agora sofre novo adiamento para 2022. Adiamentos sucessivos que se tornarão mais difíceis de suportar (ou não) por todos os que já avançaram com um sinal de 50 mil dólares ou pagamento total de 250 mil dólares. A única atenuante neste caso é que por cada ano que passa, significa que o Roadster será ainda mais avançado, e contará com a experiência do desenvolvimento do novo Model S Plaid+ com mais de 1100 cv.

Musk referiu ainda a intenção da Tesla lançar uma carrinha, e dos seus camiões eléctricos desaparecidos, atribuindo ambos a uma mesma causa: a falta de baterias para esses modelos. O camião é um modelo que Elon Musk diz que poderia estar a ser produzido nesse momento, mas que a Tesla não teria capacidade para os equipar com as baterias necessárias - e que isso significaria limitar a produção dos restantes modelos. A Tesla tem muita coisa dependente do arranque da produção em volume das suas novas células 4680 para desbloquear a produção de novos modelos.

Note-se que este problema do fornecimento e produção de baterias é algo com que todos os demais fabricantes automóveis que estejam a pensar em produção em grande volume têm que enfrentar, e que também será um dos principais motivos porque muitos deles têm feito uma transição bastante lenta para os eléctricos.

4 comentários:

  1. Suspeito que o principal problema seja a impossibilidade de minerar quantidades industriais de lítio que consigam superar a demanda por matéria prima, certo?

    Presumo que as empresas mineradoras estarão calmamente a tratar dos resíduos resultantes da respetiva atividade de forma a não manchar a imagem ambientalmente verde que nós consumidores associamos aos veículos elétricos.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Não, pelo menos por agora ainda não se chegou a esse ponto. A matéria prima há; não há é capacidade de produção das células, que é o que a Tesla quer revolucionar com as suas 4680 e processo de produção contínua (ainda não há nenhuma dessas fábricas terminada e a funcionar - apenas uma instalação de testes, que foi a mostrada no vídeo que refiro no artigo).

      Eliminar
    2. Produção de Lítio não é problema. O processo de produção das baterias é que não é rápido o suficiente para a procura. Daí a procura de um novo método e formato de produção das novas 4680. FYI A indústria cerâmica consome mais Lítio que as baterias. Talvez não por muito tempo.

      Eliminar