2021/07/26

China prepara reactor nuclear "limpo" de tório

A China está a preparar a construção de dezenas de reactores nucleares de nova geração, que utilizam tório e sais derretidos para garantia de total segurança e menores desperdícios.

Enquanto se vai avançando para um mundo que aposta cada vez mais nas energias limpas e renováveis, há também quem ainda prefira apostar em fontes de energia nucleares. No entanto, desta vez a China avança com a proposta de reactores nucleares que trocam o problemático urânio por tório, e que dispensam a necessidade de grandes fontes de água para se manterem em funcionamento. Estes reactores de sais derretidos usam tório, que desde logo têm duas grandes vantagens: não produzem material que possa ser utilizado para armas nucleares, e têm uma radiactividade que decai em apenas 500 anos, face aos 10 mil anos do urânio.

Outra das grandes vantagens é que o sistema é implicitamente seguro - ou assim nos é dito - fazendo com que o reactor se encerre automaticamente por si só se alguma vez ficasse fora de controlo; e o facto de não precisar de grandes volumes de água para arrefecimento faz com que o reactor possa ser instalado em desertos e outros locais remotos onde reactores nucleares tradicionais não poderiam.
Por agora a China fez um reactor modelo, em escala reduzida, que irá utilizar para validar o sistema. Se tudo correr bem, está prevista a construção de cerca de 30 reactores espalhados por diversos países.

Estes reactores já tinham sido propostos nos anos 50, como potenciais reactores compactos para instalar em aviões, mas estavam sujeitos a problemas de corrosão que ditaram o arquivamento do projecto. Será curioso ver se a China conseguiu resolver esses detalhes.

1 comentário:

  1. É conhecida como a 4ª geração. Supostamente muito mais seguro do que a 2ª e 3ª gerações. Também produzem resíduos e subprodutos com muito menos radioatividade. Pode até "consumir" os resíduos radioativos das antigas centrais. E será uma das vias de diminuir a pegada de carbono. Talvez a única com possibilidade de escalar e ter algum impacto no consumo global de eletricidade. Muitas promessas, falta ainda ver a realidade.

    ResponderEliminar