2021/08/26

A ascensão e queda da Google nas apps de mensagens

Do simpático Google Talk à morte do Hangouts, com muitos outros serviços surgiram e se extinguiram pelo meio, o trajecto da Google nas apps de mensagens tem sido um verdadeiro pesadelo que dura há mais de uma década.

Como é que uma empresa como a Google, que tinha (e continua a ter) todas as condições para dominar num serviço de mensagens, perdeu essa oportunidade? É precisamente isso que aborda esta longa análise aos 15 anos de serviços de mensagens da Google.

Do inicial Google Talk, que surgiu com uma aposta nos protocolos abertos e na simplicidade, numa altura em que serviços concorrentes já tentavam impingir o máximo de publicidade aos utilizadores, e cuja versatilidade era de tal ordem que até foi usado como base para o sistema inicial de notificações no Android; até à proliferação de inúmeros serviços: Google Voice, Google Wave, Hangouts, Spaces, Allo, Duo, YouTube Messages, Google Maps Messages, e muitos outros, que até se torna complicado recordar todos.
Enquanto a Google se foi entretendo a brincar com isto, a Apple lançou o iMessage que passou a dominar as mensagens na sua plataforma; apareceu o WhatsApp, Messenger, Zoom, Slack, e muitos outros. Mesmo não sendo realista assumir que um rumo mais acertado da Google impediria o aparecimento de alternativas concorrentes, o que é certo é que muitos destes serviços (todos?) agradecerão a preciosa ajuda da Google andar perdida quanto ao caminho que deveria seguir.

Não se pode dizer que tenha sido tudo mau. Foi com estas aventuras e desventuras que ficamos com o WebRTC. Mas não deixa de ser um pouco triste que a Google tenha conseguido, ela própria, afastar todos os utilizadores que usavam os seus serviços de mensagens, e que agora dificilmente voltarão a confiar nos seus produtos - e mesmo que confiem, provavelmente já não terão nenhum dos seus contactos por lá, o que nos leva ao ponto essencial dos serviços de mensagens: por muito bom que seja, um serviço de mensagens só resulta se por lá estiverem as pessoas com quem se deseja falar.

7 comentários:

  1. E o velhinho messenger da Microsoft, pioneiro nestas andanças...

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    1. Grande MSN Messenger, tinha a sua lista de contactos, permitia integrar quase todos os tipos de email para notificações e afins, e permitia também comunicar com contactos do facebook e skype, este tipo de agregação na mesma aplicação dava imenso jeito.
      Desde que se extinguiu, nenhum serviço o conseguiu superar.

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  2. Acho que falta manter o serviço a funcionar... Quando os utilizadores se aborrecerem dos ou com os outros fornecedores, vão procurar algo credível e que funcione. Acho que a Google domina em tantas áreas, que é uma alternativa confiável.
    Mas é necessário que mantenha determinado serviço ativo e aguarde...

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  3. Há deles que têm resistido bem ao passar dos anos. Telegram é um exemplo.

    Outros têm ganho muita tração como no caso so Signal.

    Mas as minhas cartas estão no Matrix/Element. Descentralizado, Encriptado, opensource. Tem tudo para dar bom! E para todos nós!

    Só espero que WhatsApp, Messenger, iMessages, Skype venham a cair e a cair cada vez mais por soluções menos pessoa-é-o-produto

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    1. Que soluções open-source de end-user conhece que tenham conseguido dominar mercados?

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    2. IRC :)

      o Matrix/Element está a ganhar muita força. Foi adoptado pelo governo frances e está a ser adoptado por universidades!

      Telegram e Signal também têm ganho força!

      O que é bom. Pena que os messengers de massas sejam também fechados. É como se as pessoas não quisessem saber. E às tantas não querem mesmo. E é lamentável.

      Cabe aos mais informados irem fazendo uma forcinha nos amigos e família para sair desses silos.

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