2021/12/28

Análise ao Oppo Reno6 Pro 5G


Numa altura em que reforça a sua posição no mercado nacional, a Oppo lança a série Reno6 mesmo a tempo da época natalícia. Tendo em conta que a captura de vídeo é um dos aspectos destacados pela marca, os novos smartphones podem ser uma boa opção para gravarem vídeos para mais tarde recordar.

Unboxing


A caixa de cartão, apresenta uma organização curiosa, com o smartphone a não surgir em primeiro plano.


Removida a caixa de papel, aí sim surge o smartphone, com um plástico de protecção, que contempla algumas das especificações mais importantes.


Na zona inferior, o carregador e um cabo USB-C.


Em termos de acessórios, além dos acima referidos, acompanham o smartphone a documentação de referência, clip para instalar os cartões e uma sempre útil capa de silicone, para proteger a falta de jeito dos mais incautos. 


O Reno6 Pro 5G

O primeiro toque não deixa enganar.  Estamos na presença de um smartphone com um nível de acabamentos superior, que em boa verdade, facilmente passa por um verdadeiro topo de gama: ecrã com margens curvas, corpo em metal e traseira em vidro com um acabamento de fino recorte. Além de bonita, a traseira apresenta outra particularidade muito interessante, sendo capaz de resistir estoicamente a múltiplas dedadas, sem que estas estraguem o belo efeito proporcionado pelo acabamento "Glow", que segundo a marca é mais suave e brilhante, argumentos que tivemos oportunidade de confirmar durante a nossa análise.


A curvatura, tanto traseira e como dianteira está bem definida, havendo uma continuidade entre o vidro e o corpo, sendo apenas interrompida pela película de protecção do ecrã. A curva tem cerca de 3mm, com o ecrã a acompanhar a curvatura em apenas um milímetro, ficando os dois restantes para margem lateral.

As margens poderiam ser ainda mais reduzidas, mas os 2mm na superior e laterais e os 3mm na inferior, são valores perfeitamente aceitáveis, sem impacto na utilização do equipamento.

Na frente, no canto superior esquerdo, um furo no ecrã. Ao centro, um pequeno entalhe para a grelha que oculta a coluna para as chamadas de voz.


Do lado direito, apenas o botão de power, com uma quase que imperceptível incisão a verde, sem influência no toque, sendo apenas um elemento visual, que destaca o botão do corpo.


À esquerda, quase que centrados com o botão de power, os botões de volume. 


A margem inferior apresenta a entrada para a bandeja que aloja os dois cartões nanoSIM, um microfone, porta USB-C e a grelha para a coluna de som.


Na margem superior, apenas um microfone. De referir que esta zona, ao contrario da inferior, não é em metal, com o plástico, apesar de se assemelhar à traseira, a acabar por não acrescentar valor em termos estéticos.


Na traseira, o bloco de câmaras em cima à esquerda e o logótipo da marca, no canto oposto. O tom azul claro do bloco de câmaras, combina bastante bem com o acabamento da traseira, com um conjunto a estar muito bem conseguido, sendo uma pena ocultar o mesmo com uma capa opaca. 

Especificações

  • CPU: Qualcomm Snapdragon 870
    • Núcleos: 1 x 3,2 GHz/ 3 x 2,4 GHz/ 4 x 1,8 GHz
  • GPU: Adreno 650
  • Ecrã: AMOLED 6.5''
    • Proporção de ecrã/corpo: 92,1%
    • Resolução: FHD+ (2400 × 1080)
    • Taxa de Actualização: 90 Hz (Máximo) ou 60 Hz
    • Taxa de Amostragem Táctil: 120 Hz (quando a taxa de actualização é de 60 Hz) / 180 Hz (quando a taxa de actualização é de 90 Hz)
    • Gama de Cores: Modo vívido: 97% NTSC/100% DCI-P3 / Modo gentil: 71% NTSC/100% sRGB
    • Densidade de Pixel: 402 PPI
    • Rácio de Contraste: Tipo: 5,000,000:1
    • Luminosidade: 500 nits / 800 nits / 1100 nits
  • Memória e armazenamento
    • 12GB RAM + 256GB ROM
    • Tipo de RAM: LPDDR4x @ 2133 MHz, 4 x 16 bits
  • Câmara
    • Traseira
      • Câmara principal de 50MP: f/1.8; FOV 84°; lente 6P; AF suportada; motor de focagem em circuito fechado; OIS suportada
      • Câmara Ultra Grande Angular de 16MP: f/2.2; FOV 123°; lente 5P; foco fixo
      • Câmara Telefoto de 13MP: f/2.4; FOV 45°; lente 5P; AF suportada
      • Câmara Macro de 2MP: f/2.4; FOV 89°; lente 3P; foco fixo
    • Frontal
      • 32MP (f/2.4); FOV 80°; lente 5P
  • Bateria: 4500 mAh (duas células)
  • Impressão digital: sob o ecrã 
  • Conectividade
    • Cartões nanoSIM
      • SIM 1 - 5G
      • SIM 2 - 4G
    • WiFi 6
    • Bluetooth V5.2
    • USB-C 2.0
  • SO: ColorOS 11.3 baseado no Android 11
  • Tamanho e peso
    • Altura: 160,8mm
    • Largura: 72,5mm
    • Espessura: 7,99mm
    • Peso: 188g

Em termos de hardware, este Reno6 Pro 5G apresenta um conjunto de especificações bastante interessantes, com a Oppo a tomar algumas decisões particularmente curiosas, nomeadamente no que ao CPU, ecrã e câmaras diz respeito. O Snapdragon 870 não é mais que uma versão ++ do Snapdragon 865 apresentado nos modelos lançados em 2020; o ecrã, sendo AMOLED, apresenta uma resolução "apenas" FHD+ (2400 × 1080), no lugar da QHD+ (3216 x 1440); o quarteto de câmaras apenas repete dois dos sensores utilizados no topo de gama Find X3 Pro.

Os 12GB de memória RAM, 256GB UFS3.1, bateria de 4500mAh com carregamento rápido SuperVOOC 2.0 até 65W, são argumentos que por norma estão associados a um topo de gama, sendo que no caso deste Reno6 Pro 5G, elevam a qualidade do produto.


Em termos de software, o ColorOS, na versão 11.3 a correr sobre Android 11, tem actualização garantida para o Android 12 e 13, menos uma que o Find X3 Pro terá direito.


Em utilização


O primeiro toque causa um impacto muito positivo, tanto em termos visuais como de toque, com este último a deixar de ser considerado, logo após instalarem uma capa para protecção do smartphone. Acaba por ser o preço a pagar, para evitar males maiores, mas que é uma pena, é. 

O corpo alongado, apresenta os botões um pouco acima do meio. Mesmo para uma mão pequena, estes apresentam-se numa posição bastante confortável para a sua utilização, não havendo a necessidade de estar a mudar a mão de local para os pressionar.


O mesmo já não se passa com a localização do sensor de impressão digital sob o ecrã. Ficando junto à zona inferior, obriga o utilizador a reposicionar o polegar para reconhecimento da impressão digital, algo que não aconteceria se o sensor estivesse posicionado mais acima, logo abaixo da linha em que se encontram os botões.



Em termos de software, a Oppo aposta forte numa interface desenvolvida à medida, com o ColorOS a ser uma presença transversal a todo o sistema. Em termos gráficos, há ainda uma clara influência oriental, que necessita de uma revisão em termos estéticos (semelhante ao que aconteceu há uns anos na Huawei, quando contrataram uma antiga designer da Apple, para dar um ar mais ocidental à EMUI). Pela positiva, a presença de apenas duas aplicações extra: Relax e Clonar Telefone.



As funcionalidades "extra" encontra-se agrupadas nas Definições, separador Ferramentas práticas, ficando desta forma bem organizadas, o que facilita a sua gestão, ao mesmo tempo que não tornam este menu ainda mais complexo de consultar. Pela positiva, destacam-se a barra lateral inteligente, a consola de atalhos, activada nos jogos e um sistema de carregamento inteligente, capaz de se ajustar automaticamente ao horário de sono do utilizador, aguardando até aos momentos finais para completar o carregamento. Uma palavra ainda para a iluminação lateral do ecrã quando há notificações e os gestos com o ecrã desligado, que permitem executar tarefas de forma directa, sem necessidade de desbloquear o smartphone.

    
O Android 12 está a caminho e o 13 está igualmente garantido pela marca. Enquanto o primeiro não chega (previsto para o início de 2022), o ColorOS já disponibiliza uma ferramenta para alterar a cor da interface. Resta agora saber qual será a opção da Oppo para o ColorOS a correr sobre Android 12, visto a última versão do Android ter finalmente uma forma de alterar a interface, dispensando a utilização de outras ferramentas para esse fim.


Para quem prefira carregar o smartphone durante o dia, o sistema de carregamento rápido VOOC 2.0 é, segundo a marca, capaz de garantir 4h de reprodução de vídeo em apenas 5 minutos, levando cerca de 31 minutos a garantir uma carga completa. 


De referir que este tipo de prestação só está disponível com o carregador e cabo USB-C que a marca disponibiliza, baixando para os valores tradicionais com outros carregadores.


Em termos de autonomia, mesmo com a taxa de actualização de 90Hz sempre activa, o Reno6 Pro não tem dificuldades em chegar ao final de um dia de intensiva utilização, com carga para pelo menos mais meio dia. Caso pretendam saber qual o peso que o ecrã com esta taxa de actualização tem no consumo da bateria, não o vão conseguir saber, pois a Oppo apenas disponibiliza informações do consumo das apps e não do hardware.


Ainda neste campo, há uma excessiva preocupação com o consumo de cada aplicação, isto mesmo depois de a mesma ter sido configurada manualmente. O ColorOS tem um comportamento agressivo, notificando diariamente o utilizador, o que acaba por não trazer qualquer valor acrescentado, obrigando a dispensar a notificação todos os dias.


O processador Snapdragon 870 pode não ser o state of the art, mas é competente o suficiente para um desempenho de topo, que não deixa antever que se trata de uma versão (melhorada) do processador lançando em 2020. Com 12GB de RAM e mais 3 a 7GB de armazenamento como memória temporária, não haverá preocupações com aplicações a correr, ou em segundo plano.


Ao nível dos melhores está o armazenamento, se bem que um pouco abaixo dos máximos obtidos nos testes de desempenho de outros equipamentos, não sendo contudo, mais uma vez, um facto preocupante, pois tanto a instalação de aplicações, como o carregamento dos jogos mais pesados se processa de forma bastante rápida.

O sensor de impressão digital sob o ecrã é preciso e rápido na leitura, havendo apenas que manter o dedo em posição, para que esta última não seja interrompida. Já a localização do sensor não passa sem uma crítica, podendo e devendo ser revista, para uma zona mais subida, facilitando o posicionamento do dedo.


As câmaras


Este Reno6 Pro apresenta uma quarteto de câmaras com uma curiosidade interessante, repetindo (para o bem e para o mal...) dois dos sensores utilizados no topo de gama Find X3 Pro. O destaque vai para o sensor principal Sony IMX 766 de 1/1.56" com 50MP e 1.0µm pixeis (capaz de efectuar um arranjo 4 em 1), estabilização de imagem e focagem PDAF. A outra repetição está no sensor telephoto de 13MP e abertura f/2.4, focagem automática, limitado a um zoom óptico 2X.  A completar o quarteto, um sensor ultrawide com 16MP de 1/3.09", foco fixo e abertura f/2.2, bem mais modesto que o IMX 766 do topo de gama e um sensor macro de 2MP com abertura  f/2.4. O sensor frontal tem 32MP,  abertura f/2.2 e não suporta focagem automática.


A aplicação da câmara apresenta duas secções, uma esquerda com o acesso às definições, filtros, melhoramento através de inteligência artificial, controlo do HDR e do flash, ficando outra secções com três blocos à direita: retoque da face, controlo do zoom e google lens; atalhos para as funções de fotografia e vídeo; alternar entre câmaras traseira e frontal, botão de disparo e acesso às imagens da galeria.

Oppo Reno6Pro 5G

A câmara principal, tal como a telephoto e ultrawide, disponibilizam imagens de boa qualidade, sem distorção de cor e ausência de ruído. No caso da primeira, tudo que seja passar do Zoom 2X (óptico) implica forte perda de qualidade, com o ruído a ter forte impacto na imagem. O sensor macro, não acrescenta valor, com as imagens a apresentarem baixa qualidade. O sensor frontal é competente, definindo com exactidão os limites da face, sendo capaz de captar a modesta penugem de um careca.


O software da câmara consegue incrementar o nível de cor através da função de AI, apresentando tons mais fortes, com o azul do céu e da água a saírem bem mais vivos. A função de captura com pouca luz, consegue dar vida às imagens, mas com algumas zonas a apresentarem um nível de ruído superior ao desejado. No que ao vídeo diz respeito, a qualidade da estabilização já não é novidade, ao contrário do efeito bokeh que agora surge disponível também para as filmagens, permitindo a utilização de um fundo desfocado, onde a iluminação natalícia e a folhagem das árvores conseguem dar origens a resultados muito interessantes, mesmo para quem não domina a arte do vídeo (e fotografia).  



Apreciação final


Esta opção da Oppo não é propriamente nova, com a LG a ter utilizado a mesma nos tempos em que brilhava no segmento mobile. Um processador do ano anterior, um ecrã com menor resolução e um conjunto de câmaras mais comedido, quando colocado no mercado com um preço mais em conta, acaba por ser uma proposta interessante para quem procura um equipamento de elevado desempenho, sem que para isso tenha de ultrapassar o milhar de euros, como já há algum tempo passou a ser norma. 

Se compararmos este Reno6 Pro 5G em análise, com o Find X3 Pro também da Oppo, é precisamente isso que podemos concluir, com a marca a optar por alguns cortes cirúrgicos nas especificações, para garantir um preço mais atractivo, isto sem comprometer decisivamente o desempenho do equipamento.

A questão é que os tempos são outros e a aposta num downgrade dos topo de gama, tem agora procedimento semelhante na gama média, com algumas marcas a apostarem no upgrade selectivo, apresentando modelos com melhores especificações, mas sem com isto ultrapassar a barreira dos 500€ (ficando muitas vezes bem abaixo deste valor). Se a este facto juntarmos apostas como as da Xiaomi e Asus, com processador Snapdragon 888, no mesmo segmento de preço deste Reno6 Pro 5G, a vida deste último acaba por ficar inesperadamente dificultada, limitando a sua classificação a um "Quente", que por um preço mais em conta, facilmente garantia a excelência de um "Escaldante".



Reno6 Pro 5G
Quente


Pros:
  • Design
  • Carregamento rápido
  • Hardware equilibrado

Contras:
  • Preço
  • Não tem carregamento sem fios
  • Sensor macro dispensável

Oppo Reno6 Pro 5G

Quente (4/5)

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