Embora ainda existam etapas a superar, a proposta inicial do Digital Services Act foi aprovada por vasta maioria (530 votos a favor, 78 contra, e 80 abstenções).
Embora na Europa já muitas alterações tenham sido exigidas por conta do GDPR / RGPD, as coisas irão complicar-se ainda mais para os gigantes tecnológicos habituados a recolher toda a informação dos utilizadores e a darem-lhe uso sem qualquer controlo ou supervisão. Com esta vaga de actualizações, as empresas ficam proibidas de utilizar coisas como raça, religião, orientações sexuais e religião para efeitos de apresentação de publicidade direccionada, assim como disponibilizar formas fáceis dos utilizadores recusarem o tracking. Também fica proibida a utilização dos dark patterns frequentemente utilizados para manipular pessoas, e todo o tipo de publicidade direccionada para menores de idade.
A publicidade direccionada foi uma verdadeira caixa de Pandora. Apresentada como sendo de grande benefício para os consumidores, para lhes "apresentar só aquilo em que tinham interesse", infelizmente tornou-se também na arma perfeita para toda uma nova geração de propaganda. Com esta tecnologia, que sabe sobre os utilizadores até coisas que eles podem nem saber sobre si mesmos, resultando na capacidade quase sobrenatural de parecer adivinhar aquilo em que estão a pensar; torna-se muito mais simples levar a cabo campanhas eficientes de manipulação. Em vez da habitual demagogia genérica para "todos", um candidato político pode criar múltiplas campanhas em que apresenta um "rosto diferente" para cada segmento da população, com demagogia direccionada bastante mais eficiente do que a "genérica".Yes! with a huge majority, the European Parliament adopted the Digital Services Act. A big win, with support from left to right 💪!
— Paul Tang (@paultang) January 20, 2022
Special thanks to all the colleagues that worked so hard to achieve this result. (cc @SchaldemoseMEP) #DSA #DigitalServicesAct pic.twitter.com/1wiVfCqlw2
Ainda estamos longe do fim desse tipo de manobras; e haverá empresas que apesar destas exigências continuarão a recolher o máximo de informação e a dar-lhe o uso que bem entenderem - como a ClearView AI fez ao recolher todos os rostos que conseguiu encontrar na Internet. Mas pelo menos, será um passo na responsabilização dos casos abusivos que forem apanhados.
Tarde, mas ao menos iniciou-se a caminhada. 👍
ResponderEliminarDá para saber quem foram aqueles 78 totós?
ResponderEliminarAcho que se está a deitar fora o bebé com a água do banho, podia-se circunscrever isso a markting político. Os users já sofrem com a publicidade, eu prefiro publicidade minimamente relevante a publicidade genérica por ex.
ResponderEliminarAinda vai ser possível, apenas não em categorias consideradas "sensíveis".
EliminarQue enorme disparate! A UE é mesmo do mais conservador e ignorante que se possa imaginar. A decadência da UE é mesmo inevitável tal como previsto por tantos e tantos economistas.
ResponderEliminarQue grande disparate? Não segmentar a informação, para que não sejam apenas publicitadas perspetivas singulares, combater a segmentação/"discriminação" online, tornar o tracking menos relevante...é coisa de conservadores decadentes?
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