O polémico serviço de reconhecimento facial Clearview AI diz ter acumulado mais de 10 mil milhões de rostos retirados da internet, e promete ferramentas para os identificar mesmo quando usam máscaras ou filtros para desfocar as imagens.
O Clearview AI deu que falar quando se descobriu, no início do ano passado, que o serviço tinha percorrido a internet e adicionado à sua base de dados 3 mil milhões de fotos de rostos de pessoas, prometendo a capacidade de facilmente identificar uma foto e associá-la aos serviços online que utilizasse. Pouco depois voltou a ser notícia, por ter tido a sua lista de clientes roubada por hackers, mas nada disso tem impedido que o serviço continue a crescer.
Agora, o Clearview AI diz já ter mais de 10 mil milhões de rostos na sua base de dados, representando um aumento substancial face ao que tinha em 2020, e prometendo novas ferramentas para facilitar ainda mais a potencial identificação de qualquer rosto, incluindo coisas como identificação mesmo com máscaras faciais, ou no caso de imagens com filtro de desfocagem.
Embora várias entidades continuem a combater este serviço, alegando a ilegalidade de recolher dados biométricos sem autorização, a empresa parece não estar preocupada com esses "detalhes". E lamentavelmente, é mais que certo que mesmo que este Clearview AI acabasse por ser encerrado pelas vias legais, seria garantido que algures, numa série de outros países, outros serviços estarão a fazer exactamente o mesmo, longe do olhar do público. Se por acaso têm uma qualquer fotos publicada na internet e visível pelo mundo, podem desde já assumir que já farão parte de algumas destas bases de dados, e que qualquer outra vossa foto poderá servir para que seja identificados, ou pelo menos associados ao serviço em que a foto tinha sido utilizada, quer seja algo de utilização lúdica como o Facebook, ou redes mais profissionais como o LinkedIn.
Actualização: já vai a caminho dos 100 mil milhões de rostos.
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