Mercedes estreia condução autónoma de nível 3 nos EUA

Enquanto a Tesla vai prometendo o modo FSD há anos, a Mercedes torna-se a primeira a lançar um sistema de condução autónoma de nível 3 (L3) nos EUA.

A empresa de Elon Musk tem sido criticada por promover o seu Autopilot e modo FSD de forma exagerada, fazendo coisas que - na verdade - outras marcas automóveis também já fazem há anos mas sem fazerem disso um festival mediático. E também como sinal disso, temos a Mercedes a ser a primeira a ter o seu Drive Pilot como sistema certificado de condução autónoma de nível 3 nos EUA, coisa que nem a Tesla conseguiu ainda.

Na escala de classificação de condução autónoma, vamos do nível 0 (carros sem qualquer tipo de assistência) ao nível 5 (carros completamente autónomos a 100%). Mesmo um sistema como o Autopilot da Tesla, incluindo o seu modo FSD, está classificado como nível 2, por necessitar da atenção permanente do condutor para assumir o controlo a qualquer momento em caso de necessidade. No entanto, a Mercedes conseguiu dar o passo para o nível seguinte, o nível 3.

No nível 3, as capacidades de condução do automóvel são em tudo idênticas à do nível 2, mas necessitando de menor atenção do condutor desde que sejam cumpridos uma série de requisitos (tipo de estradas, condições atmosféricas, etc). Neste caso o condutor poderá virar a cara e estar a falar com um passageiro, ou até a jogar um jogo no ecrã central do carro, mas ainda podendo ser chamado a assumir o controlo do carro.

Embora seja um avanço face ao nível 2, algumas empresas - como a Waymo - dizem que o sistema acaba por continuar a ser "perigoso", pois continuam a criar a ilusão de "autonomia" que algumas marcas já exageram no sistemas de nível 2, podendo surpreender um condutor ao pedir que assuma o controlo do carro quando ele estava completamente distraído (no meio de um jogo, por exemplo). E esse regresso ao modo de condução manual pode muitas vezes resultar em reacções exageradas, como travagens bruscas ou guinadas violentas, que poderão por em risco tanto o veículo em que segue como os demais condutores nas imediações.

Mas, talvez por isso a Mercedes limite o seu funcionamento. Este modo do Drive Pilot apenas funcionará em vias-rápidas e auto-estradas, a velocidades de até 60 km/h (restrição legislativa e não técnica), e sendo necessário que exista um fluxo de tráfego elevado - o que torna indicado apenas para situações de estradas congestionadas e pára-arranca.