São cada vez mais as marcas que anunciam a memória virtual como chamariz para os seus tablets e smartphones, devendo salientar-se que não é memória "real".
Depois de se ter passado pela fase dos megapixeis falsificados nas câmaras, eis que agora enfrentamos uma era de memória virtual igualmente enganadora.
A maioria dos consumidores já se habituou a ver smartphones e tablets com 4 GB, 6GB, e 8 GB de RAM, e até mais, havendo modelos que oferecem 12 GB e 16 GB de RAM - que já ultrapassam ou igualam a memória que muitas pessoas têm nos seus portáteis. Mas, mais recentemente, podem ter-se deparado com equipamentos Android que anunciam quantidades de memória RAM um pouco mais estranhas, como 7 GB ou 15 GB, que fogem aos habituais múltiplos de 2 GB. Será que nos podemos fiar nessas promessas?
Infelizmente, não. Alguns fabricantes, normalmente entre aqueles mais associados a dispositivos de baixo valor, estão a deixar-se levar pela prática enganadora de anunciarem a memória virtual como sendo memória real.
Por exemplo, o tablet DOOGEE T20 aparece como tendo "15 GB" de RAM, quando na realidade apenas tem 8 GB de memória RAM efectiva, podendo usar 7 GB da memória flash como RAM virtual, ao estilo da memória virtual que os computadores tradicionais podem usar usando a capacidade do disco rígido ou SSD. Usando o mesmo princípio, os fabricantes de computadores tradicionais podiam anunciar que os seus computadores tinham "512 GB" ou "1 TB" de RAM, recorrendo à tal memória virtual.
É uma infeliz reincidência dos tempos em que chegavam ao ponto ridículo de redimensionar as imagens apenas para dizer que tinham mais megapixeis, passando - por exemplo - de um sensor de 5 MP para imagens de 12 MP (sem qualquer benefício efectivo prático em termos de melhoria de qualidade). E também neste caso é algo que seria completamente desnecessário, já que o tablet acima referido, com os seus 8 GB de RAM, continua a ser bastante interessante e tem quantidade de memória RAM mais que adequada para o segmento de preço em que se insere.
A única parte positiva é que, enquanto anunciarem estes valores facilmente detectáveis de memória RAM, será fácil identificar imediatamente que é disso que se trata. Pior será se tivermos dispositivos com 2 GB a anunciarem que têm 4 GB, ou de 4 GB a dizerem que têm 8 GB, tornando bastante mais difícil diferenciar se é memória RAM real ou virtual. Mas, se se virem nesse caso, nada como uma reclamação para o vendedor e fabricante, para se mostrar o desagrado com este tipo de práticas enganadoras.
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Por acaso, encontrei este tablet, pois procuro um. E deparei-me com este valor estranho, tanto por não ser uma potência de 2, como pelo valor estranhamente alto. Depois de ler com muita atenção a informação disponibilizada pelo fabricante, lá encontrei uma nota, quase de rodapé, sobre ter 7Gb de RAM virtual!! Tive que ir à procura para perceber o que raio é isto. Especialmente, porque a memória virtual que conhecia era a RAM disk, que gasta... RAM! Viria de um CF? Lá descobri que usam memória flash para swapping. Acontece que a memória flash não é adequada para escrita intensiva. Por isso, sim, isto é um truque para enganar incautos. Outro truque é display de 2K mas com brilho insuficiente, ao que parece ser o caso neste equipamento. Bom e barato não há quem, mas o pessoal parece querer acreditar em magia :)
ResponderEliminarOs telemóveis Xiaomi também têm isto... eu desativei logo essa "memória extra" pois a física efetiva é mais que suficiente e a virtual não tem a mesma performance.
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