Enquanto combatem o spyware Pegasus do NSO Group, os EUA usam ferramentas idênticas de empresas concorrentes, em seu favor.
O NSO Group tornou-se num dos alvos preferenciais quanto ao uso e abuso de spyware, que foi apanhado a ser utilizado por diversos países e entidades para espiar activistas, jornalistas, empresários de grandes empresas e políticos. Mas, enquanto os EUA lhe colocam um alvo em cima, não se sentem incomodados por usarem ferramentas idênticas em seu próprio proveito, como o Graphite da Paragon Solutions, um rival do NSO Group (e curiosamente também uma empresa israelita).
As capacidades podem variar ligeiramente mas, nas sua maioria, acabam por ser idênticas: este spyware pode infectar smartphones de modo quase indetectável, e a partir desse momento dar acesso a todo o tipo de informação que contenha, incluindo a sua localização, fotos, emails, permitir o uso de câmara e microfone para captar imagens e som, e ultrapassar a encriptação de apps como o Signal e WhatsApp, já que apanha as mensagens directamente no dispositivo.
É mais um exemplo de que, ao estilo de outras ferramentas - ou, mais apropriadamente neste caso, armas - só são boas ou aceitáveis aquelas que podem ser usadas por "nós" para permitir os nossos próprios interesses, com qualquer outra que seja usada contra nós a ser algo completamente inadmissível e que deveria ser banida.
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