2023/11/12

Tesla pode processar clientes que venderem Cybertruck no 1º ano

O lançamento do Cybertruck da Tesla tem nova polémica, com uma cláusula que impede os clientes de venderem o Cybertruck no primeiro ano sem autorização, sob risco de serem processados, e tendo que dar direito de preferência à Tesla, a preço pré-definido.

Quem comprar um Cybertruck do lote de lançamento não será verdadeiramente o seu dono, pelo menos não durante o primeiro ano. Isto porque a Tesla tem uma cláusula bastante curiosa, que proíbe os clientes de venderem o seu Cybertruck. Se o quiserem fazer, terão primeiro que pedir consentimento à Tesla, que terá direito preferencial para comprar o veículo ao preço de compra menos desvalorização de $0.25/milha percorrida, assim como de outros custos que possam ser necessários para reparar o veículo e deixá-lo em condições.

A medida é considerada extremamente abusiva por uns, mas é tolerada por outros, relembrando os casos de outros veículos eléctricos com produção inicial reduzida, e que foram alvo de preços inflacionados. Com esta cláusula, a Tesla procura evitar que alguns dos primeiros compradores sejam tentados pelo lucro fácil de venderem imediatamente o seu Cybertruck a preços especulativos - sendo certo que não deveria ser difícil encontrar pessoas que pagassem valores bem superiores por ele (até porque a lista de espera para as encomendas já feitas será de vários anos).


No entanto, e vindo do país da "liberdade", seria de pensar que o direito dos consumidores a comprarem - e, se assim o desejassem, venderem logo de seguida - qualquer produto, teria prioridade sobre este tipo de restrições. Se a moda pega, começaremos a ver mais marcas a fazerem isso para os seus veículos, acabando por manipular o preço do mercado de usados (algo que a Tesla já acaba por fazer com as suas constantes alterações de preço)?


Actualização: Demorou pouco tempo; a Tesla removeu esta cláusula passados poucos dias.

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