2023/12/29

Análise ao Blackview Shark 8

Além dos modelos robustos, a Blackview também disponibiliza smartphones para uso normal com design atractivo e preço reduzido, sendo esse o caso deste Shark 8 que temos para análise.

O Blackview Shark 8

O Blackview Shark 8 é um smartphone com ecrã de 6.78" a 120 Hz, CPU MediaTek Helio G99 de 6nm, 8 GB de RAM (expansível a 16 GB "virtuais"), 128/256 GB, microSD até 1 TB, Dual SIM, câmara frontal de 13 MP (ISOCELL 3L6), câmara traseira de 64 MP (ISOCELL GW3), bateria de 5000 mAh com carregamento rápido de 33 W, e sensor de impressões digitais no botão lateral de power. Como curiosidade, ainda temos ficha de 3.5mm para headphones, o que hoje em dia é uma autêntica raridade. O sistema é o DokeOS 4, baseado em Android 13 e com acesso à Play Store e serviços Google.

Na caixa, além do smartphone, temos um carregador de 33W, capa de protecção (sempre bem-vinda), e películas de protecção para o vidro - além da que já vem aplicada.

O smartphone tem um acabamento texturado bastante agradável. Pelo lado negativo, a película no ecrã não tem tratamento oleofóbico, pelo que rapidamente ficará repleta de dedadas (mas que só se tornam visíveis com o ecrã desligado). Mas isso é algo que acaba por ser comum à maioria dos equipamentos nesta gama.

Câmaras

A Blackview dá grande destaque à câmara de 64 MP com sensor Samsung ISOCELL GW3, com tecnologia AI para melhoramento da qualidade.

A nível da app da câmara não há grandes alterações, disponibilizando as opções e funções esperadas, como modo noite, beleza, slow motion, etc. assim como formato, HDR, temporizador, etc.

Estranhamente, embora algumas das opções tenham o cuidado de se ajustar em conformidade com a orientação do ecrã, outras como o selector do nível de zoom, ficam bloqueadas sempre na mesma orientação - sendo um detalhe que a Blackview poderá corrigir numa actualização futura.

Os resultados são satisfatórios, com a vantagem da câmara reagir de forma instantânea tanto na activação (podemos usar o atalho de duplo-clique no botão de power) como na exibição do ecrã mesmo em ambientes de baixa luminosidade.

Em Funcionamento

Embora fosse preferível que a as marcas chinesas disponibilizassem uma versão Android "simples" para os seus modelos no mercado ocidental, o DokeOS 4 não apresentará entraves de maior a quem já estiver habituado a usar smartphones Android. Temos a opção para usar a navegação tradicional com botões no ecrã ou através de gestos e, tirando algumas ocasionais curiosidades a nível de tradução (para quem optar por usar o sistema em Português) - como o "Cadeeiro de marquise" nas definições - não há grandes críticas a apontar. Mais criticável é que, da primeira vez que se tenta abrir a pasta de apps da Google, o sistema nos atire para a página da Blackview no browser sem qualquer explicação; mas pelo que pude ver, foi mesmo algo que só aconteceu uma vez após a configuração inicial. Também será algo criticável que a app de meteorologia do sistema também apresente publicidade, mas isso poderá ser resolvido escolhendo-se outra app.

O desempenho é bastante adequado e sem grandes hesitações, beneficiando do modo de 120 Hz do ecrã e dos 8 GB (reais!) de memória RAM que permitem manter uma grande quantidade de apps suspensas para reactivação imediata. Por isso mesmo ainda se torna mais difícil perceber porque os fabricantes insistem na "treta" da memória virtual, que só pode ser explicada pelos desejos do departamento de marketing quererem anunciar os "16 GB" que possam enganar os incautos.

Bem mais útil é que, enquanto uns fabricantes vão falando de medidas para proteger a bateria, este Shark 8 já venha com opções para controlo da carga da bateria: tanto com carregamento optimizado que limita a carga a 80% durante a noite e só carrega o resto quando se está a acordar; como também dando a possibilidade de limitar manualmente a carga máxima da bateria a 70% / 80% / 90%. Será assim tão difícil para os outros fabricantes copiarem estas opções simples?
Algo que só apanhei por "acidente" ao percorrer as definições, o sistema vinha com a gravação de chamadas activada de origem, o que me parece ser uma opção bastante sensível e que, no mínimo, só deveria ser activada após confirmação do utilizador.

Outro aspecto que deixa a desejar, é que embora se esteja a entrar em 2024, a última actualização do sistema indique só ter as actualizações de segurança de 5 de Setembro, já com quase quatro meses. O fabricante também não deu qualquer indicação sobre quando, ou se, lançará uma actualização do sistema com base no Android 14 - o que, por esta altura, já deveria estar em cima da mesa e ter uma data prevista para o seu lançamento.

Apreciação Final

O Blackview Shark 8 é um smartphone que cumpre, e supera, as expectativas. Faz-nos recordar o quanto se evoluiu desde os tempos em que smartphones com 4 GB de RAM eram considerados "topo de gama" e nem sequer se imaginava até onde isso iria chegar. O seu chip MediaTek G99 não compromete, e o seu ecrã de 120 Hz assegura uma utilização fluida em todas as actividades do dia a dia, proporcionado uma excelente experiência de utilização.
Tendo em conta que estamos a falar de um smartphone que se pode comprar por cerca de 150 euros na versão 8+128 GB, ou 160 euros na versão 8+256 GB, o resultado final é extremamente positivo, pelo que recebe um nosso prestigiado: quente.

Blackview Shark 8
Quente
Prós
  • Qualidade de construção
  • Ecrã de 120 Hz
  • Opções de carregamento da bateria

Contras
  • Actualizações de segurança desactualizadas
  • Película do ecrã sujeita a dedadas

Galeria de imagens



Blackview Shark 8

Quente (4/5)

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