Já temos visto casos de empresas que abusam do seu poder de unilateralmente mudarem as condições de serviço e "quem não quiser, azar". Mas a Roku entra directamente para o topo da tabela, ao apresentar novas condições e disponibilizando apenas um único botão de "aceitar". E até que os utilizadores aceitem, não podem utilizar esses equipamentos, basicamente forçando-os a que aceitem para poderem ter acesso aos seus televisores e boxes.
A Roku de facto dá a opção dos clientes não aceitarem as novas condições, mas ao contrário do simples clique num botão como acontece no "aceitar", quem não quiser aceitar terá que: enviar uma carta em papel para a Roku, referindo o nome de cada pessoa que não aceita as novas condições, forma de contacto para cada pessoa, o número de produto de cada equipamento utilizado, software ou serviço, endereço de email utilizado na conta Roku, e ainda a cópia do recibo de compra. Só falta mesmo a análise sanguínea e prova de ADN! E no caso de algum cliente clicar no aceitar (para poder ter acesso ao seu televisor), só terá um prazo de 30 dias para poder enviar a carta a dizer que não concorda com as condições.
As novas condições limitam as opções dos clientes poderem processar a Roku, obrigando-os a passar por um processo de negociação individual de "boa fé" durante 45 dias antes de poderem recorrer aos tribunais, durante os quais será provável que a Roku pressione o cliente a desistir dessa ideia. Pena é que nestas coisas não sejam os clientes a poderem alterar os termos de serviço unilateralmente, e a exigirem que seja a empresa a agir de "boa fé" quando impinge alterações que os clientes são forçados a aceitar para poderem continuar a usar os produtos pelos quais pagaram.
Kafkiano.
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