SpaceX sofre problemas no lançamento de lote Starlink 9-3

Depois de mais de 300 lançamentos sem incidentes, a SpaceX sofreu um problema na secção superior que transportava mais um lote de satélites Starlink para órbita.

A missão Starlink 9-3 marca o fim de uma sequência impressionante de quase trezentos lançamentos sem falhas da SpaceX. Enquanto se aguarda pelo relatório oficial da SpaceX, parece ter havido uma fuga de combustível que se começou a acumular como gelo perto dos motores, impedindo a reignição que deveria elevar o lote de satélites para a órbita correcta. A SpaceX conseguiu ejectar os 20 satélites Starlink, incluindo alguns da última geração com capacidade Direct to Cell, mas estes estão agora numa órbita demasiado baixa (138 km), parecendo ser pouco provável que consigam ascender à altitude de destino (300+ km) usando apenas os seus próprios motores.

The first in-flight failure for SpaceX's Falcon rocket family since June 2015, a streak of 344 consecutive successful launches until tonight.

A lot of unusual ice was observed on the Falcon 9's upper stage during its first burn tonight, some of it falling into the engine plume. https://t.co/1vc3P9EZjj pic.twitter.com/fHO73MYLms

— Stephen Clark (@StephenClark1) July 12, 2024

Apesar de estragar o currículo imaculado que a SpaceX tinha conseguido, a falha pode ser minimizada por se tratar de um lançamento da própria SpaceX - não afectando qualquer cliente externo - e por, pelo que tem sido dito, estar relacionado não com a fiabilidade dos motores da SpaceX mas sim com um novo componente que a SpaceX terá utilizado pela primeira vez. Quer isto dizer que, mesmo arriscando-se a perder um valioso lote de 20 satélites Starlink, isto não deverá preocupar demasiado a SpaceX ou os seus clientes.

Além disso, ao ritmo que a SpaceX tem feito estes lançamentos, estes 20 satélites rapidamente serão "esquecidos" com outros 20 a serem lançados nas próximas semanas.


Actualização: A SpaceX já veio dizer que não iria ser possível recuperar os satélites, que estavam a perder cerca de 5 km de altitude a cada órbita devido à fricção com a atmosfera, mesmo tendo dando comando para os satélites usarem os motores na potência máxima. Os satélites irão reentrar na atmosfera e desintegrar-se.