2025/07/20

Xiaomi criticada por usar chips "comuns" no YU7

O YU7 da Xiaomi está a ser um sucesso mas não escapa a críticas: como o uso de chips "comuns" não certificados para uso automóvel.

A Xiaomi vê-se no centro de nova polémica por ter lançado o YU7, com chip Snapdragon 8 Gen 3 - originalmente criado para smartphones - no seu sistema de infotainment. Críticos da indústria automóvel, como um executivo da FAW-Audi, Li Fenggang, argumentam que esta prática compromete a fiabilidade e segurança, lembrando que "os automóveis não são bens de consumo rápido" e que a Audi nunca irá "fazer experiências" com os utilizadores.

A diferença entre chips de consumo e chips automóveis é significativa. Os chips automóveis operam sob condições extremas de temperatura e vibração e têm de durar mais de 10 anos, sendo certificados por normas como AEC-Q100, ISO 26262 e IATF 16949. Já os chips de consumo, como os usados em telemóveis, funcionam em ambientes mais controlados e têm um ciclo de vida de apenas 3 a 5 anos. Além disso, a tolerância a falhas nos chips de consumo é muito superior: até 500 defeitos por milhão, comparado com menos de 1 por milhão nos chips para automóveis.
A situação reacendeu a discussão sobre a utilização de componentes não certificados em veículos, algo que Tesla já havia experimentado com resultados mistos. Apesar de não ter confirmado se o Snapdragon usado no YU7 passou testes automóveis, a Xiaomi afirma que o módulo onde o chip está integrado passou a certificação AEC-Q104, que avalia a fiabilidade de sistemas com múltiplos chips. Isto indica que, embora o processador - por si só - não seja "automotive-grade", o sistema como um todo terá qualidade suficiente para uso automóvel.

Ainda assim, especialistas alertam que esta abordagem só é aceitável em módulos que não afectem directamente a segurança dos ocupantes. Num mercado em rápida evolução, outras marcas continuam a preferir soluções automóveis certificadas, mesmo que mais caras. A Xiaomi poderá estar a arriscar ao usar hardware de consumo em componentes centrais do cockpit, podendo resultar em problemas que só se farão notar daqui por alguns anos (caso se comece a registar um número anormal de avarias). Esperemos que não seja o caso.

3 comentários:

  1. isso são falhas graves, eu sempre duvidei de produtos chineses..

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  2. grande parte das marcas chinesas de carros são verdadeiras bombas ambulantes....

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  3. Isto parece-me dores de cotovelo das marcas que "só podem" usar chips "certificados" (leia-se mais caros e com uns anos de atraso em relação à tecnologia de topo nos smartphones). Eu e a maior parte dos condutores também preferem usar o telemóvel para navegar (com a imagem no ecrã do carro) em vez do sistema de navegação do carro (mesmo num carro moderno) e quando se conseguia poupar se as marcas fizessem as coisas da forma mais eficiente para o uso que as pessoas lhe querem dar?

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