2025/08/03

Satélites Starlink interferem com radioastronomia

Depois dos problemas com a astronomia visível, a rede Starlink é acusada de estar a usar frequências que não devia que afectam a radioastronomia.

Os satélites Starlink não estão apenas a prejudicar fotografias do céu nocturno, também estão a causar interferências nas observações feitas através de ondas de rádio, usadas na radioastronomia. Um estudo que analisou 76 milhões de imagens revela que estas interferências acontecem mesmo em frequências onde os satélites não deviam emitir qualquer sinal.

Durante quatro meses, investigadores da Curtin University, na Austrália, recolheram dados do protótipo do observatório Square Kilometre Array. Os resultados mostram que até 30% das imagens analisadas foram afectadas por interferências vindas de satélites Starlink. Em alguns casos, detectaram sinais em bandas de rádio que são supostamente protegidas para uso exclusivo da astronomia, como a frequência de 150.8 MHz.
Estas emissões inesperadas não são deliberadas, resultando de componentes electrónicos a bordo dos satélites, o que as torna difíceis de prever e eliminar com software. Ainda assim, os autores do estudo sublinham que a SpaceX não está a violar nenhuma lei actual. A regulamentação internacional cobre apenas transmissões intencionais, deixando estas emissões "acidentais" fora do radar legal.

O problema pode agravar-se à medida que mais satélites são lançados. Demonstrando a velocidade com que a SpaceX tem expandido a rede Starlink, durante o período do estudo a SpaceX colocou 477 novos satélites Starlink em órbita, e há modelos recentes que produzem 32 vezes mais interferência que os antigos. Os cientistas esperam que estes dados incentivem a actualização das regras internacionais, para proteger a radioastronomia num espaço cada vez mais "preenchido".

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