A Vodafone regista o maior número de reclamações no segundo trimestre, acumulando 31% das quase 26 mil reclamações registadas. Mas os restantes grandes operadores não ficam longe, com a NOS a aumular 28%, e a MEO a ficar nos 27% (mas tendo registado o maior aumento: +18%). Entre os operadores mais pequenos, a Nowo registou um aumento de 131% ficando nos 5% globais, enquando a DIGI fica com uma fatia de 8%.
No sector postal, apesar de se ter registado um pequeno aumento no número de reclamações, continua a ser generalizada a queixa relativa à falta de tentativa de entrega no domicílio - um mal comum que as empresas de entrega deveriam fazer um esforço para resolver de forma definitiva.
Aqui fica o relato completo da ANACOM:
As reclamações sobre o sector das comunicações voltaram a subir no 2.º trimestre de 2025, invertendo a tendência de queda que se registava desde o 1.º trimestre de 2023. No total, a ANACOM registou cerca de 25,9 mil reclamações escritas contra prestadores de serviços de comunicações, mais 7% do que em igual período de 2024.
Esta subida, que se verifica desde o início do ano, foi novamente impulsionada pelas reclamações sobre comunicações eletrónicas, que registaram um aumento de 12%, com 17,1 mil reclamações totais no 2.º trimestre do ano. Para a subida, terá contribuído a entrada da DIGI no mercado no último trimestre de 2024, que contabilizou 1, 3 mil reclamações no período em análise.
Em contrapartida, as reclamações sobre serviços postais diminuíram face ao período homólogo (-3%), com 8,8 mil reclamações (34% do total de reclamações).
A Vodafone foi o prestador que registou mais reclamações em termos absolutos (31%, cerca de 5,4 mil reclamações, +5%) e apresenta a taxa de reclamação mais alta entre os 3 principais prestadores de serviços, com 1,9 reclamações por mil clientes.
A NOS foi o segundo prestador de serviços mais reclamado (28%, cerca de 4,8 mil reclamações, -16%), e uma taxa de reclamação de 1,7 reclamações por mil clientes. A NOS foi, pela segunda vez este ano, o único entre os principais prestadores a reduzir o volume de reclamações.
A MEO foi, entre os prestadores de maior dimensão, aquele que registou o maior aumento (+18%), com 4,6 mil reclamações apresentadas contra este prestador (27% do total de reclamações do sector), e apresenta a menor taxa de reclamação, 1 reclamação por mil clientes.
A DIGI representa já 8% das reclamações do sector, com 1,3 mil reclamações registadas no segundo trimestre de 2025 (+13% do que no primeiro trimestre de 2025) e uma taxa de reclamação que ascende a 7,2 reclamações por mil clientes.
A NOWO registou novamente um aumento acentuado das reclamações (+131%) face a igual período de 2024, com cerca de 800 reclamações apresentadas contra este prestador no período em análise (5%), o que corresponde a uma taxa de reclamação de 5,2 reclamações por mil clientes.
Demora na reparação de falhas nos serviços foi o motivo mais reclamado e o que mais aumentou
A demora ou reparação deficiente de falhas nos serviços esteve novamente em destaque no segundo trimestre do ano, representando 20% do total de reclamações sobre comunicações eletrónicas, mais 10 pontos percentuais face a igual período do ano passado, no qual tinha representado 10% das reclamações. Ao todo foram apresentadas mais 1,8 mil reclamações neste período sobre este motivo, para o que terá contribuído, em parte, o “apagão elétrico” que ocorreu no final de abril de 2025.
Aumentaram também no período em análise, mas com menor expressão, as falhas nos serviços fixos, televisão e telefone, a demora na ligação inicial de serviços fixos e a faturação de valores relativos a serviços considerados como não prestados pelos consumidores.
Falta de tentativa de entrega no domicílio continua a dominar as reclamações no sector postal
No 2.º trimestre de 2025, os CTT registaram 7,4 mil reclamações (82% do total do sector, que somou 8,8 mil reclamações), mas viram diminuir o volume de reclamações (-5% face a igual período de 2024). Este volume corresponde a menos de 1 reclamação (0,7) por cada 10 000 envios postais.
A DPD representou 7% das reclamações registadas neste período, cerca de 600 reclamações, o que também corresponde a menos de 1 reclamação (0,9) por cada 10 000 envios postais, menos 10% face ao segundo trimestre de 2024.
O conjunto de outros prestadores postais menos reclamados (General Logistics, CEP, UPS, DHL, MRW, NACEX) representa já cerca de 11% das reclamações do sector, tendo registado um novo aumento significativo no ano (+35%).
A falta de tentativa de entrega do objeto postal no domicílio permanece como o principal motivo de reclamação no sector postal, com 22% do total das reclamações, tendo aumentado face a igual período do ano passado (+5 pontos percentuais).
Os tempos de espera nas estações de correios e os requisitos e formalidades na prestação de serviços postais foram outros dos assuntos cujas reclamações mais subiram (ambos com +2 pontos percentuais).


















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