2013/08/14

Análise ao Ascend Mate

O segmento dos phablets parece estar a crescer de vento em popa, e o Luis Costa mostra-nos que tal a Huawei se saiu com o seu Mate de 6.1".




O mercado dos phablets começa cada vez mais a receber forte atenção por parte dos grandes fabricantes internacionais. A Samsung deu o mote com o seu Note, considerado um gigante à altura do seu lançamento em meados de 2011. Com o Ascend Mate a Huawei entra neste segmento e irá certamente avaliar o interesse do mercado nesta gama de equipamentos


O Ascend Mate

À partida, já sabemos o que nso espera, um ecrã de generosas dimensões. E o resto, como será?
É precisamente isso que vamos abordar.


O Ascend Mate, faz-se acompanhar dos habituais folhetos de instruções, carregador, cabo de dados e auriculares. O modelo comercializado em Portugal faz-se acompanhar de um carregador compatível com as nossas tomadas.

Primeiras impressões. É grande? É pequeno? Que tal "cai" na mão?

Tenho umas mãos que considero pequenas tendo em conta a média para a minha estatura, pelo que recorrer a uma utilização a duas mãos é para mim perfeitamente normal. Se inicialmente pode parecer estranho, rapidamente se habituam às dimensões do equipamento. Para quem já andou com um telefone de 7" até é perfeitamente normal!


O Mate apresenta um acabamento bastante cuidado. É agradável ao toque. Tem a toda a volta um aro metálico que lhe acrescenta algum requinte. As suas 198g acabam por passar despercebidas, muito por causa dos 9.9mm de espessura. Embora pese perto de mais 50g do que o Nexus 4, não senti diferença ao mudar entre equipamentos.

Vem equipado com um CPU 1.5 GHz quad-core Hi-Silicon K3V2 + Intel XMM6260, acompanhados de generosos 2GB RAM, ecrã 6,1" HD IPS+ 1280x720 LCD (241 ppi) com Corning Gorilla glass,  8GB para armazenamento (voltaremos a este assunto...) e bateria de 4050mAh.

Este hardware constitui-se num conjunto muito equilibrado, pena não ser acompanhado por uma versão do Android mais recente (apenas Android 4.1). Interessante ainda, os 499€ a que é comercializado, nomeadamente por se tratar de um equipamento livre. Estranho o facto de os operadores nacionais não terem apostado neste equipamento, nomeadamente para o sector empresarial.




Os slots para o cartão SIM e SD têm uma tampa que protege o mecanismo. Caso tenham dúvidas, basta olhar para a imagem que está junto ao slot para saberem qual o cartão a utilizar.

Na parte de cima, temos ainda um microfone e entrada para jack 3.5mm. Em baixo o outro microfone e a entrada micro USB. À direita, botões de power e volume.


Na parte frontal, em cima à direita, a câmara frontal. Na parte de trás, além da câmara traseira e flash, a coluna de som, a qual causou muito boa impressão a quando da exibição de vídeos.



Um pormenor interessante é o rebordo que o equipamento apresenta na parte frontal. Esta pequena altura, permite que ao poisar o Mate com o ecrã para baixo, este último não esteja em contacto directo com a superfície.

O ecrã, de generosas dimensões apenas peca pelos 241ppi. Naturalmente não consegue igualar a qualidade de imagem dos Full HD, mas tendo em conta as 6.1", dificilmente terão necessidade de aproximar muito o ecrã da vista. O facto de ser IPS, tem as suas vantagens relativamente aos ângulos de visão.
Acaba por ser uma relação qualidade/dimensões/resolução bastante aceitável.

Um factor interessante é a resistência às dedadas. Por norma os meus ecrãs parecem um campo de batalha, mas este Mate tem um ecrã que se comporta muito bem neste campo.


A câmara

As fotos da praxe, infelizmente, já com pouca luz, o que afectou a qualidade final. No final do artigo, têm mais fotos, desta vez tiradas com boa luz.


A câmara traseira tem 8MP e flash, que na foto em cima ainda conseguiu disfarçar a falta de luz ambiente


Podemos optar pelo modo automático, ideal para quem não é especialista no assunto. Em alternativa, podemos definir os diversos parâmetros manualmente.


Seguindo o que já é norma neste segmento de equipamentos, a aplicação da câmara tem diversos filtros que podemos utilizar para criar imagens à lá Instragram. Caso estejam a utilizar o SD externo, este é definido como local para gravação das fotos. Podem, se assim entenderem, optar pelo armazenamento interno.

As fotos, embora sem deslumbrar, têm uma boa qualidade. Com pouca luz, é que não há milagres...


Ascend Mate versus Nexus 4 


A mesma foto com uma Samsung NX1100

O modo automático é bastante prático, mas tem uma desvantagem. Apesar da boa definição, o roxo e o laranja têm um tom bastante mais escuro. É o que vulgarmente é designado por cores queimadas e deslavadas.


Emotion UI



Como passou a ser norma na Huawei, os seus equipamentos Android têm uma interface proprietária, a Emotion UI. Pessoalmente, sou adepto do Android puro e duro, mas foi com curiosidade que experimentei este novo interface.

O atalho para o ecrã com todas as apps instaladas simplesmente não existe. À imagem do iOS, tudo o que tenham instalado está nos ecrãs do "ambiente de trabalho". O recurso a pastas torna-se assim obrigatório.
Qualquer item eliminado do ecrã principal é desinstalado do equipamento, pelo que há que ter particular atenção ao interagir com os ícones.


Outro aspecto interessante são definições, as quais estão acessíveis através de dois tipo menu, compacto ou completo. A configuração de origem tem vários widgets que procuram responder às necessidades imediatas do utilizador. Para quem está a começar neste mundo do Android, pode ser uma boa ajuda. Os mais experimentados, podem sempre mudar a configuração de origem.

O Emotion UI portou-se bem, mas ainda tem de melhorar alguns aspectos. Várias vezes, ao regressar ao ecrã inicial, ocorrida um redesenhar do ecrã. Embora seja questão de poucos segundos, torna-se incómodo para utilizador.

Por vezes também ocorriam algumas paragens momentâneas (fracções de segundo), mas era algo aleatório e com pouca ocorrência. A situação melhorou com a actualização (Emotion UI, o Android continuou no 4.1) que o equipamento recebeu. Caso não engracem com o Emotion UI, podem sempre optar por um launcher alternativo. Basta instalar e escolher o mesmo para utilização.


Temos diversos temas à escolha, pelo que podem variar a apresentação do vosso equipamento com muita facilidade.


 As alterações manifestam-se de uma forma transversal à interface, mudando as cores, ícones e ecrã de bloqueio.


Em funcionamento



A aposta num SoC proprietário levantou-me naturais dúvidas. Estaria o K3V2 à altura da tarefa? Tive oportunidade de testar este equipamento durante alguns dias. Transportava-o em conjunto com o Nexus 4. Facilmente optava pelo Mate devido às dimensões do ecrã.

Como não sou grande fã de ter todas as Apps e Jogos nos ecrã, optei por experimentar outro launcher. O comportamento deste foi exemplar, não revelando os mesmos problemas do Emotion UI já a cima referidos. Nos testes efectuados, apenas algum (ocasional) engasganço nas animações do Chrome ao fechar uma página. De resto, nada a reportar.

O Android acaba por não estar muito modificado, o que é sempre bom sinal. :)
Temos a possibilidade de activar uma funcionalidade para utilizar luvas, um menu de acesso rápido (botão de suspensão) que aparece por cima da imagem que estiver no ecrã (atalhos para câmara e sms, notas e calculadora -ambas apps flutuantes) e personalização para utilização do equipamento só com uma mão. Outra funcionalidade interessante é a possibilidade de ocultar temporariamente a barra de navegação - coisas que o Android bem poderia passar a integrar de origem.

Importa referir ainda dois aspectos que marcam decisivamente o desempenho do equipamento, tanto pela positiva, como pela negativa. Comecemos pelas más notícias: o espaço livre, de apenas 4.68GB. É este o espaço de armazenamento que temos disponível ao ligar o equipamento pela primeira vez. Em 2013, penso ser um valor manifestamente insuficiente para quem se quer assumir como marca de referência. É certo que temos a possibilidade de  utilizar um cartão SD, mas este só resolve (directamente) a questão do armazenamento de fotos, vídeos e música. Jogos e aplicações, isso é outra conversa.

Tentei utilizar a ferramenta disponibilizada para o efeito e com esta mover os ficheiros do Modern Combat 4 para o cartão SD. Apesar de aplicação informar que completou a tarefa com sucesso, o espaço em armazenamento não sofreu alterações. É certo que existem várias apps para este fim, mas isso obriga à intervenção do utilizador, e nem sempre é fácil de ter sucesso nesta tarefa.

Pela positiva, a bateria. 48h sem preocupações, sempre com dados ligados. Exemplo a seguir, sem dúvida.


Apreciação Final


Acabo como comecei. Este equipamento enquadra-se num segmento que parece estar a recolher as atenções das grandes empresas do sector. A Huawei tenta com este Ascend Mate verificar qual a receptividade do mercado, principalmente o sector empresarial.

A questão do tamanho é incontornável. Sim é grande, maior que o smartphone que transportamos no dia-a-dia, mas as diferenças ficam-se por aqui. Ver uma página web, com mais informação apresentada no ecrã, é algo sempre bem vindo. O aumento de peso facilmente é esquecido, e compensado pela autonomia proporcionada pela bateria maior.

O Mate foi construído com base num hardware que embora já não seja de um topo de gama, lhe permite responder às tarefas do dia a dia com relativa facilidade. Apesar de ser mais lento que um Nexus 4 nas tarefas mais exigentes, trata-se de uma diferença de poucos segundos que se tornam irrelevantes na maioria dos casos. Quanto ao armazenamento, não há como o esconder: é manifestamente curto.

Os 499€ a que está a ser comercializado podem ser um bom chamariz para os possíveis interessados.
Resta saber se a Huawei estará disponível para continuar a lançar actualizações para este equipamento, nomeadamente no que ao Android diz respeito. Se o fizer, pode ser claramente o ponto de viragem para se lançar na ofensiva ao terceiro lugar no mercado dos smartphones.


Huawei Ascend Mate


Prós
  • Preço
  • Qualidade de construção
  • Bateria

Contras
  • Armazenamento
  • Android 4.1
  • Emotion UI ainda verde

Mais fotos tiradas com o Ascend Mate

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