Finalmente ficamos a saber aquilo que Johnny Chung Lee anda a fazer no Google, e que como se esperava tem a ver com processamento de imagem a um nível que não se pensava ser ainda possível. Este Project Tango do Google vai revolucionar a forma como os computadores vêem o mundo e por isso também a forma como nós o vemos.
Poderão recordar de Johnny Chung Lee como sendo aquele moço que já em 2007 recorria a Wiimotes para fazer projectos relacionados com realidade virtual que já nos faziam prever que estava destinado a mais altos voos. O Google apanhou-o e colocou-o no seu departamento de desenvolvimento ATAP (Advanced Technology and Project) onde ele pôde certamente contar com todos os recursos necessários à sua disposição. E o resultado, para já é este Project Tango que de forma simplificada, adiciona capacidade de visão e mapeamento 3D a um smartphone.
Os sensores de imagem e mapeamento 3D não são propriamente novidade, e há inúmeros projectos que fazem aquilo que este Project Tango faz. A grande diferença é que, como qualquer pessoa que tenha tentado usar um Kinect "na rua" saberá, estes sistemas não foram concebidos para serem portáteis. Bastará olhar para aquele scanner portátil 3D usado para mapear monumentos que passou por aqui há alguns dias:
Esse sistema necessita de estar ligado a um computador portátil e a um volumoso pack de bateria para funcionar. O que este Project Tango fez, foi reduzir tudo isso a um tamanho que lhe permite ser integrado num smartphone - e sem que isso signifique que se tenha apenas alguns minutos de autonomia.
Como é que conseguiram isso? Recorrendo a um chip de que também já por cá falamos, da Movidius - aquela empresa que dizia estar a trabalhar num chip de processamento de imagem que permitiria ter as câmaras sempre ligadas num equipamento mobile e a fazer reconhecimento de imagem sem que isso tivesse um impacto significativo na autonomia. Ao que parece... cumpriram mesmo com o prometido.
Para comparação, enquanto que um sistema como o Kinect gasta cerca de 1W, este co-processador de visão Myriad 1 da Movidius gasta cerca de 10x menos, possibilitando a sua utilização em equipamentos mobile.
Quanto às possibilidades... essas nem se podem prever. Esta tecnologia irá abrir as portas para mil e uma novas aplicações, desde sistemas de mapeamento, localização, scanning 3D, jogos em realidade virtual/aumentada... e tudo o mais que se puderem que esteja ligado às câmaras e visão.
Fiquem com o vídeo, onde algumas dessas possibilidades ganham vida e onde é mais fácil perceberem de que se trata este Project Tango - sendo que para 2015 é mais que certo que nenhum smartphone topo de gama será lançado sem um destes co-processadores no seu interior (ou se calhar até antes disso).
Por agora o Google está à procura de developers que ajudem a explorar este novo horizonte, tendo 200 protótipos para disponibilizar - se tiverem uma aplicação original, não deixem de se candidatar, e poderá ser que apanhem esta "revolução" desde o seu início, ganhando vantagem sobre os que vierem a seguir.
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