A Huawei há muito que se tem tentado afastar da imagem de marca "de coisas baratas", apostando em produtos com boa qualidade de construção que lhe têm permitido conquistar seguidores. Com o P8 a marca faz nova ofensiva ao segmento dos topos de gama, e o nosso Luis Costa diz-nos qual foi o resultado.
Com o lançamento do Ascend P2 e P6, ficaram bem claras quais as intenções da Huawei: assalto frontal aos topo de gama. O Ascend P7 foi mais um passo nesta caminhada, e já era notório neste modelo a alteração da estratégia da marca, dedicando grande atenção aos detalhes. A fasquia estava alta e era grande a curiosidade relativamente ao P8 (que deixa cair o Ascend). Terá a Huawei conseguido limar as arestas que faltavam para tomar o seu lugar no segmento dos topo de gama? É o que vamos ver.
O Huawei P8
Numa altura em que as marcas procuram reduzir custos, o packaging é remetido para segundo plano. A Huawei parece discordar desta ideia e não se poupou a esforços, apresentando-nos desde logo uma caixa de refinado traço.Temos uma tampa a cobrir a embalagem. Por baixo desta, o P8 encastrado e mais um pormenor de elegância. Uma simples tampa plástica a separar as caixas da documentação e acessórios.
A Huawei fornece o habitual set de auriculares, cabo USB, carregador e clip para o alojamento do cartão SIM.
Primeiras impressões
Depois de várias semanas com fugas de informação a surgirem na internet, já não restavam segredos relativamente ao hardware que iria equipar o P8:
- Processador:
- Octa-core HiSilicon Kirin 930
- 4x2.0GHz A53e cores + 4x1.5GHz A53 cores
- Ecrã IPS LCD 5.2" Full HD (435ppi)
- Câmara:
- 13MP, ƒ/2.0 , OIS
- 8MP frontal
- 3GB RAM
- 16GB Armazenamento
- Slot microSD
- Bateria de 2680mAh
O processador, o calcanhar de Aquiles do P7, foi uma das surpresas reveladas nas fugas de informação. A Huawei prescindiu dos mais potentes cores A57, optando por esticar os 4 dos A53. O que não se ganhava em desempenho era recuperado em autonomia. Sendo este um aspecto sempre crítico, não se pode considerar que a marca tenha tomado uma má decisão. Haveria no entanto que tirar as medidas à maquina e ver que tal esta se iria comportar.
O design revela mais uma vez uma cuidada análise de mercado, bebendo inspiração no que de melhor se faz no segmento mobile.
O P7 já tinha revelado excelentes acabamentos, mas as opções tomadas para o P8 conseguiram elevar os padrões de qualidade. A imagem em cima penso que documenta bem a o nível dos acabamentos.
O corpo metálico tem um boleado a toda a volta, eliminando assim as arestas vivas e proporcionando uma maior conforto na mão. A câmara traseira, tal como a Huawei fez questão de frisar na apresentação, encontra-se alojada no fino corpo do equipamento, não tendo as protuberâncias que outros equipamentos apresentam.
O carregamento também foi alvo de atenção com um grafismo animado que representa a carga da bateria.
Software
A opção já não é novidade. EmotionUI, que nos chega agora na sua terceira versão (3.1), a correr por cima de um irreconhecível Android 5.0 Lollipop. Se não tivéssemos a informação nas definições, bem podiam dizer-nos que era outra versão. Dificilmente iríamos desconfiar. Goste-se ou não desta interface, é inegável que a mesma já revela nesta altura uma qualidade assinalável.
Em vez de uma secção com aplicações, temos tudo no ecrã, organizado por ícones, widgets e pastas. O menu da barra de notificações, tem duas secções, uma para as definições rápidas, outra para as notificações.
Aqui temos um problema em aberto: as notificações aparecem em duplicado. A integração com os serviços da google ainda não é a melhor, mas é de esperar que uma futura actualização corrija estas situações.
As funcionalidades continuam a crescer. A Huawei decidiu implementar um gesto de duplo toque com o nó dos dedos para obter uma captura do ecrã, a qual pode ser editada e partilhada logo de seguida. A edição está limitada ao corte e ocultação de áreas específicas. O nó do dedo pode ainda servir para efectuar a captura de uma parte do ecrã. Basta passar o dedo (sem levantar) ao longo da zona pretendida. Em termos de gestos, o deslizar do dedo para baixo chama a função de pesquisa, dando acesso a aplicações contactos e mensagens.
As definições são apresentadas de duas formas: modo compacto e modo estendido.
A primeira pretende ser uma forma mais rápida e simples de aceder às principais funções, pois a lista global apresenta uma dimensão considerável.
Na lista estendida, o facto de a Huawei ter optado por centralizar as funcionalidades "extra" e utilizado sub-menus, acaba por facilitar a vida do utilizador, o que no meio de tanta opção é sempre bem vindo.
As aplicações para optimização do equipamento, controlo de acessos ao wifi e rede móvel, bloquear de aplicações, antivírus (medo...), melhoria da qualidade de sinal, acesso à zona de notificações, consumo de energia, detecção de discurso, navegação com uma mão, são algumas das muitas funcionalidades disponibilizadas. O melhor mesmo, é passarem em revista o menu das definições e explorarem cada uma das opções. Há funcionalidades verdadeiramente úteis, que só se estranha porque razão não fazem parte do Android.
Para facilitar o acesso às configurações, ao bom estilo MS Windows, é possível adicionar atalhos para as mesmas no ecrã inicial.
O consumo da bateria é alvo de grande atenção por parte da Huawei, que coloca à disposição do utilizador várias funcionalidades que visam melhor a gestão dos consumos.
Existem perfis de utilização, que adaptam a velocidade de processamento e de comunicações, aumentado a autonomia. O sistema informa-nos quando detecta uma aplicação a consumir recursos de forma superior ao expectado. Podemos utilizar o painel existente nas definições para escolher quais a apps que podem ser encerradas automaticamente.
Os temas continuam a estar presentes e é possível criar um tema com partes de cada uma das opções disponibilizadas: fundo de um, ícones de outro, etc. Infelizmente, o número de opções é algo reduzido, e ao contrário da anterior versão do EmotionUI, não é possível obter temas online.
Se a Huawei nos "obriga" a utilizar o seu launcher, é desejável que disponibilize um alargado leque de temas, coisa que actualmente, não acontece. O remédio também é simples, basta instalar um dos muitos launchers disponíveis na Play Store.
Em termos de aplicações, temos o pacote standard, com relógio, calendário, calculadora, galeria, música, entre outras, se bem que tudo em versão made in Huawei. Não há lugar às apps Google, o que pelo menos evita ter apps em duplicado.
A Huawei já disponibilizou não uma, mas três actualizações quase de seguida. Infelizmente, a lista de alterações em chinês não nos permite saber quais as novas funcionalidades e correcções. Este é sem dúvida um dos aspectos a rever.
A câmara
No ano passado foram as selfies, este ano temos efeitos de luz e fotografia com baixo nível luminosidade. As opções são mais que muitas, o que obriga a um mini curso inicial, para que depois se possa tirar partido daquilo que o equipamento nos oferece. A interface da câmara está dividida em três zonas distintas. Na parte de cima, o controlo do flash, alternar entre câmaras e modos de fotografia:
- Nota áudio
- Focar tudo
- Panorama
- A melhor fotografia
- Super noite
- Marca de água
- HDR
Na zona inferior do ecrã, através do swype da zona de disparo, podemos alternar entre mais algumas funcionalidades:
- Pintura de luz
- Beleza
- Foto
- Vídeo
- Intervalo de tempo
Na restante área do ecrã, podemos definir o ponto de focagem e gerir a iluminação. Esta possibilidade é bastante prática e útil, ajustando as condições da fotografia automaticamente.
O detalhe das imagens é bastante bom, especialmente na fotografia a curta distância.
Com pouca luz, podemos recorrer ao modo de fotografia para estas condições. Apenas temos de manter o equipamento imóvel durante alguns segundos. O resultado, tendo em conta a pouca luz, e muito interessante.
As cores são fieis ao original, e quanto melhor a iluminação do local melhor também saem as fotografias (o que é normal...).
Em funcionamento
A grande dúvida que se colocava inicialmente, era se o processador seria capaz de estar à altura da qualidade que o conjunto apresentava. Instalei um conjunto alargado de jogos, e não detectei qualquer problema de fluidez nos mesmos. Curiosamente, depois de instaladas as actualizações, o Subway Surfers começou a apresentar algumas micro-paragens, o que não deixa de ser estranho, pois o comportamento normal deveria isso sim, apresentar melhorias.
A autonomia confirma aquilo que foi a aposta da Huawei. Mesmo em utilização intensiva, o desempenho do P8 correspondeu às expectitvas. Duas horas de Ingress, com Wifi e GPS activo e 3 horas e meia de ecrã são valores bastante bons. Posto isto, o P8 chega ao final do dia ainda com alguma bateria, fazendo com facilidade um dia de utilização. Claro está que não há milagres. Quanto mais utilizarem, e mais aplicações estiverem a correr, menor autonomia vão ter.
Apreciação Final
O corpo metálico apresenta uma excelente qualidade de acabamentos, e o comportamento em utilização é agradável. Apenas um reparo relativamente à resistência aos riscos. Em utilização continuada, nota-se que o corpo metálico fica marcado com alguma facilidade, pelo que é recomendada a utilização de uma capa.
A interface EmotionUI, goste-se ou não da mesma, continua a receber melhorias, e apresenta nesta altura uma qualidade digna de registo. O software desenvolvido pela Huawei contribui para melhorar a experiência do utilizador, adicionando ao Android funcionalidades que acrescentam valor ao conjunto.
A câmara permite a obtenção de fotografias de qualidade, especialmente a curtas distâncias, onde o detalhe da pormenor fica bem visível. As opções disponibilizadas, permitem ao utilizador fazer umas brincadeiras engraçadas, bastando para isso dominar as funções da aplicação que controla a câmara.
A Huawei conseguiu com este P8 alcançar o já merecido lugar junto dos topo de gama, por isso mesmo, recebe o nosso tão desejado Escaldante. Resta agora ver como se vão portar com as actualizações do Android, sendo este o último aspecto que urge melhorar.
Huawei P8
Prós
- Conjunto equilibrado
- Aplicações e funcionalidades acrescentam valor ao produto
- Autonomia
- Qualidade dos acabamentos
- Resistência do corpo metálico ao desgaste
- EmotionUI oculta a interface do Android
- Compatibilidade com os serviços da Google
Boas...
ResponderEliminarA EmotionUI e bastante parecida com a MIUI dos Xiaomis....
Gostei da análise sim senhor...Apenas faltou referir o preço.
ResponderEliminarO que eu não gosto mesmo é do EmotionUI não acho bonito, um Launcher novo ajuda mas não resolve tudo :)
Havia uma dúvida relativamente ao preço recomendado.
EliminarA apresentação oficial em Portugal só teve lugar ontem, e por isso mesmo só agora podemos comunicar o valor oficial: PVPR 499€ nas cores de Champanhe e Grey.
Sim eu pensei logo nisso
Eliminarno problem
Pois faltou o preço!
ResponderEliminarLuis, fizeste teste do telemóvel em funcionamento com dois Cartões SIM ?
ResponderEliminarSe sim como se comportou a bateria dele com os dois SIM´s ?
Obrigado.
A versão dual SIM não se destina ao mercado ocidental. O tray só dá para microSD
EliminarTambém tenho andado a utilizar o Huawei P8 e estou muito satisfeita com ele. É de facto um telemóvel com muitas funcionalidades excelentes.
ResponderEliminarhttp://livinginbshoes.com/as-13-coisas-que-adoro-no-huawei-p8/