2015/10/06

Análise Huawei Mate S


O mercado dos smartphones muito tem sofrido com o surgimento de equipamentos atractivos a preços reduzidos, mas isso não tem impedido que os principais fabricantes continuem a apostar em topos-de-gama que servem como exemplo daquilo que melhor se pode ter no momento. No caso da Huawei, isso é feito com o seu Mate S.

Primeiras impressões



Desta vez temos que saltar à frente do habitual "unboxing" com tudo o que o Mate S traz, uma vez que recebemos uma unidade de testes que vinha sem os acessórios (a não ser uma capa de protecção com janela transparente).



Mas, não são necessários acessórios para se ver que o Huawei Mate S tem uma qualidade de construção acima da média, com o corpo inteiramente em metal e acabamentos de luxo que se fazem sentir em todos os encaixes e rebordos.

O Huawei Mate S é um smartphone com ecrã AMOLED Full HD de 5.5", CPU Hisilicon Kirin 935 octa-core, 3GB de RAM, 32/64/128GB, câmara de 13MP (com sensor RGBW, AF, estabilização óptica e flash dual-tone), câmara frontal de 8MP, bateria de 2700mAh, Android 5.1 + EMUI 3.1, espessura de 7.2mm e peso de 156g. Não há nada a apontar quando ao posicionamento dos botões de volume e power, sendo que o sensor de impressões digitais fica posicionado na traseira, abaixo da câmara (que sai ligeiramente para fora.)

[O Mate S é grande face ao Nexus 5, mas não chega ao tamanho de um Nexus 6]

A câmara



Em vez de optar por um sensor com o máximo de megapixeis, a Huawei optou por se manter nuns "modestos" 13MP, mas apostando num sensor RGBW (com quatro sub-pixeis por cada pixel em vez dos habituais três) e com estabilização óptica. Os resultados são bons, mas confesso que esperava que fossem ainda melhores, as cores parecem não ter aquela saturação que se esperaria, mas é possível que isso seja resolvido com uma actualização, ou simplesmente optando por outro dos muitos modos de fotografia disponíveis.








Independentemente do que se achar das fotos, há que dar os parabéns à Huawei por nos trazer uma app de câmara fotográfica que consegue combinar uma vasto conjunto de funcionalidades e modos, sem se tornar demasiado confusa. Aqui não se corre o risco de - como por vezes acontece noutras apps - se ficar a perguntar "mas como é que eu altero isto?" embora não faltem modos para todos os gostos e necessidades, não deixando sequer de ter modos para "light painting".




Para os fotógrafos não falta sequer um modo completamente manual, em que ficam todos os parâmetros à disposição (exposição, ISO, WB, foco, etc.)



Em funcionamento



O Mate S vem com o EMUI 3.1 que se sobrepõe ao Android 5.1 de base. Mesmo não sendo fã dos interfaces alternativos do Android, não é uma alteração que choque os utilizadores (penso que será menos intrusiva que o TouchWiz da Samsung), e vem com muitas modificações que até se podem considerar interessantes - embora outras possam não ser assim tão positivas (o control panel parece-me uma autêntica confusão, embora seja algo a que um utilizador rapidamente se adapte.)



A principal diferença será não termos uma app drawer, com todas as apps a serem atiradas para o home screen ao estilo do iOS, embora possam ser organizadas em pastas. Como sempre, quem não estiver satisfeito poderá facilmente recorrer a outro launcher para mudar o comportamento (incluindo o Google Now Launcher).

A nível de velocidade não há nada a apontar, com tudo a decorrer com bastante fluidez e sem atrasos.

Um ponto em que  o Mate S se destaca, é de permitir usar o sensor de impressões digitais como "touchpad" - algo que, se bem se lembram, há muito que eu vinha a pedir. Para além de podermos desbloquear o smartphone simplesmente pousando o dedo no sensor e de forma imediata, bastará fazer um swipe para baixo para fazer descer a secção das notificações; ou na galeria de fotos fazermos swipes para a esquerda/direita para ir mudando entre as fotos. É uma funcionalidade simpática, que permite dar uso adicional ao sensor.





Apreciação final



Não há dúvida do posicionamento deste Huawei Mate S, que se revela um equipamento bem equilibrado e onde não se recorreu ao "melhor" apenas para se dizer que se tinha o melhor. O facto da Huawei ter optado por um ecrã Full HD mostra bem que a marca tem os pés na terra e não entra em exibicionismos; embora a funcionalidade de detectar a pressão do toque só esteja disponível no modelo de 128GB.

A grande questão acaba por ser precisamente aquela que referimos no início. Este Huawei Mate S é um smartphone de luxo, mas chega ao mercado com um preço a condizer (699 euros). É um preço que o coloca acima até de modelos como o Galaxy S6 Edge (que ainda recentemente foram obrigados a ter o seu preço reduzido), e que se tornam difíceis de justificar. Aliás, esse mesmo "sintoma" faz com que seja provável que também este Mate S possa ver o seu preço revisto em breve, para fazer face à concorrência... o que também não incentivará os interessados a que invistam nele desde já.

E por isso mesmo, este smartphone que teria tudo para ser um escaldante, sai daqui ligeiramente refrescado por causa desse "pormenor" do preço:


Huawei Mate S
Quente

Prós:
  • Qualidade de construção
  • Sensor de impressões digitais também funciona como "touchpad"
  • CPU e 3GB de RAM garantem desempenho sem hesitações

Contras:

  • Preço
  • EMUI 3.1 tem coisas boas, mas outras menos boas
  • Sensor de impressões na traseira complica a utilização quando pousado numa mesa




Galeria de imagens





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