Recentemente fomos (alegremente) surpreendidos pelo anúncio de que a bq iria ter um smartphone Android One. Agora, é tempo do nosso Luis Costa nos dizer que tal resultou esta parceria entre bq e a Google.
Os Nexus foram durante muito tempo a menina dos olhos de todos os fãs do Android. Reuniam sobre si um hardware equilibrado, preço bastante atractivo, e principalmente as actualizações a tempo e horas vindas directamente da Google.
Um Nexus nunca foi um verdadeiro topo de gama; na verdade também não seria esse o seu objectivo para não canibalizar as vendas dos restantes fabricantes e parceiros da Google. Processador, RAM e ecrã nunca foram problema, assim como como o armazenamento, se bem que aqui se fazia notar a ausência do slot para cartões microSD. Quanto à câmara, esse era um dos aspectos mais criticados e que ficava sempre a saber a pouco. Cumpria, mas sem deslumbrar.
O Nexus 5 foi o último destes Nexus. Com o Nexus 6 a filosofia mudou, chegando ao mercado a preços proibitivos (face às limitações apresentadas) e com um tamanho de 6" que não agradava a quem queria um substituto para o seu Nexus 5. A Google mostrou estar atenta, e este ano trouxe-nos os Nexus 5X e 6P, que embora melhorem substancialmente aspectos como a câmara, continuam a não resolver o problema do preço elevado.
Tudo isto para se dizer que, graças a esta mudança de politica e aos preços elevados, é apenas normal que os utilizadores se virem para outras opções, sendo aqui que poderá entrar o interesse pelos Android One - que promete as vantagens das actualizações do Nexus sem no entanto se ficar preso às opções que a Google faz para os seus equipamentos.
O Aquaris A4.5
As atenções hoje estão centradas no Android One da BQ, mais propriamente no Aquaris A4.5. Considero que esta aposta da marca espanhola mostra uma clara definição do que se quer obter e como o pretende conseguir. A escolha do hardware do Aquaris M4.5 acaba por estar dentro do que tem sido o projecto Android One, limitando-se a optar por uma lista de componentes já "certificados" para a plataforma.O Aquaris A4.5 tem um processador MediaTek MT6735M a 1GHz, GPU Mali T720-MP1 a 450MHz, 1GB de RAM e 16GB para armazenamento, que aqui é expansível via cartão microSD.
O ecrã de 4,5" recorre a vidro dragontrail (capa de álcali-aluminossilicato reforçado), tendo uma resolução 540x960 (244 ppi). A integração de um chip maXTouch da Atmel permite uma utilização mesmo em em ambientes húmidos, sem perda de sensibilidade; e o duplo toque para acordar o equipamento é outras das funcionalidades que é sempre bem vinda. A tecnologia One Glass Solution (OGS) elimina o espaço entre o vidro, e o Quantum Color + disponibiliza uma gama alargada de cores. Muitas das vezes estes palavrões não passam de puro marketing, mas no caso deste Aquaris A4.5 a qualidade do ecrã é notória, acabando a resolução por passar para segundo plano (a dimensão do ecrã também ajuda).
A bateria tem 2470 mAh, valor interessante para um terminal desta dimensão, que alberga dois cartões SIM 4G.
Numa altura em que a construção em metal começa a ser uma norma, este tipo de corpo em policarbonatos vai começar a cair em desuso. Contudo, é de crer que as marcas continuem a apostar no plástico, fruto da vantagem que o mesmo confere em termos de custos, processo de fabrico e peso.
No caso do Aquaris A4.5 temos uma boa qualidade de construção, num bloco com bons acabamentos e agradável ao toque. O facto de ser "resistente" às dedadas permite manter o equipamento mais apresentável.
As câmaras
O Aquaris A4.5 da BQ tem um sensor de 8MP traseiro e um de 5MP frontal, pensado para responder às necessidades dos adeptos das selfies.
Estes 8MP são a norma na entrada de gama e os resultados por norma ficam aquém do desejado. O Aquaris A4.5 não é excepção, acabando o resultado por se ficar pelo aceitável, desde que o local tenha boa iluminação. Não temos um detalhe de elevada definição, mas pode considerar-se suficiente para fotografia casual. Apenas e só.
Em funcionamento
Utilizei o Aquaris A4.5 no dia a dia durante pouco mais de uma semana e para esse efeito carreguei o dito com cerca de 100 aplicações (tantas quantas uso no meu Nexus 5). A tarefa não estava portanto facilitada, como se pretende num teste.
Os jogos e aplicações correram sem problemas, podem é demorar mais tempo a carregar devido à limitação imposta pelo 1GB de RAM. No caso do Dragon Hills, o jogo ideal para puxar pela máquina, verifiquei algumas paragens no final de cada nível, algo perfeitamente compreensível devido ao elevado conjunto de personagens que intervêm na situação (cabe-me informar que até os topo de gama sentem "problemas" quando em situação semelhante).
Embora não tenha observado paragens nas aplicações, houve um aspecto que me levantou um problema. No acesso ao menu de definições, o equipamento arrastava-se. Nunca percebi efectivamente porquê. Perante esta situação, aproveitei o BQ Open Day para efectuar o mesmo procedimento num equipamento de teste de um colega, e o problema não se dava. Como no meu equipamento o arrastamento apenas acontecia no menu das definições, é de acreditar que se tratava de uma questão ocasional, passível de se resolver com uma simples reposição de fábrica. Tendo em conta que se trata de hardware de um gama de entrada, já se sabe que não se podem esperar milagres.
Ajustadas as expectativas, temos um equipamento que se comporta de forma honesta. Sempre que solicitado, o Aquaris A4.5 respondeu de forma satisfatória. O facto de estarmos perante um equipamento a correr uma versão pura do Android (ainda na versão 5.1.1), só ajuda a que a coisa corra sem sobressaltos - e muitos destes sintomas poderão ficar resolvidos com a chegada do Android 6.0 ainda mais optimizado.
Uma palavra ainda para a autonomia, especialmente com o WiFi activado. 4h de ecrã ligado e duas horas de Ingress activo são dignos de registo.
Apreciação Final
A chegada do Android One ao Ocidente só pode ser saudada efusivamente. A opção por um Android puro é muito bem vista por um vasto leque de utilizadores, que se viram privados da experiência que este proporciona, devido ao actual elevado preço do Nexus. Infelizmente, este é também um factor que afecta o Android One da BQ. Tal como ocorreu na Turquia, o preço praticado (~175€) foge ao que era até agora o alvo do projecto.
A situação poderá também se vista de outra forma, tendo em conta o Aquaris M4.5 que é comercializado na mesma gama de preço e tem o mesmo hardware do modelo Android One.
Estes equipamentos apresentam uma boa qualidade de construção, aliada a tecnologias que visam melhorar a experiência de utilização. One Glass Solution, Quantum Color+, função command mode e som Dolby, são disso exemplo.
Ok 5 anos de garantia (com a opção da cobertura BQ Plus por 19,90€/ano), 2 anos de actualizações garantidas e 90 dias para experimentarem o Google Play Music, são outros dos pontos que jogam a favor deste terminal. A actualização para o Android 6.0 Marshmallow está prevista começar a chegar aos equipamentos a 28 de Dezembro e constitui uma enorme mais valia, que se prolongará pelos próximos dois anos.
Por outro lado, a ofensiva Chinesa não dá espaço para grande margem de manobra na relação hardware/preço. São muitos os equipamentos com hardware superior a preço bem mais simpático. Pelo que a questão é saber até que ponto é que cada um valoriza a questão das actualizações de software em detrimento do hardware, ou vice-versa? Cabe naturalmente ao utilizador colocar os seus requisitos na balança e decidir em conformidade.
Pelas razões acima apresentadas, e uma vez que para nós a questão das actualizações tem sempre um peso bastante importante, o BQ Aquaris A4.5 sai daqui com um:
BQ Aquaris A4.5
Quente
Prós
- Android "puro"
- Dois anos de actualizações garantidas
- Qualidade do ecrã
Contras
- Preço
- Câmaras
- Resolução do ecrã
Olha o jogador de Ingress ...
ResponderEliminarO Android 6.0 já está disponível para este modelo em beta no fórum da bq "mibqyyo"
ResponderEliminarExiste uma versão de 2GB.Será que se nota diferença?
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