Quem me conhece sabe bem que para além da tecnologia sou um viciado em cinema e séries de TV, e já tive oportunidade de espreitar aquele que será o futuro para todos os que gostam de ver filmes e séries com a máxima qualidade em suas casas: os televisores OLED 4K.
A LG disponibilizou-se para me deixar ter um dos seus televisores OLED 4K (OLED55E6V) durante alguns dias em minha casa, e só posso dizer que esses dias foram "péssimos", não por causa do televisor, mas por permanentemente me lembrar que inevitavelmente ele se iria embora e teria que voltar ao meu LCD.
LG OLED TV 4K (OLED55E6V)
A tecnologia OLED dispensa o "backlight" indispensável para o funcionamento dos LCDs, e como tal este televisor é incrivelmente fino. Poderíamos considerá-lo como um verdadeiro painel de vidro, e onde só se usa o vidro para dar alguma espessura e resistência ao mesmo. Apenas na parte inferior o televisor engorda ligeiramente, na secção onde ficam alojados os componentes electrónicos assim como as fichas USB e HDMI, e a coluna - que surpreende pela positiva (embora me pareça que o mercado alvo para um ecrã como este seja o de pessoas que investirão num sistema de som "à altura".)
A nível dos comandos, este modelo vem equipado com um comando simplificado para o uso no dia a dia, mas considerando que o comando completo vem com muitas e práticas funcionalidades - incluindo o funcionamento como "air mouse" que permite mover um ponteiro no ecrã apontando o comando, e a possibilidade de o usarmos como microfone, não só para comandos de voz como também para a calibração do som na sala - não se vai querer usar outra coisa.
Mas passemos ao que interessa... a imagem!
Em funcionamento
Embora alguns fabricantes se estejam a agarrar ao LCD com unhas e dentes, usando todos os truques possíveis para "espremer" o máximo dessa tecnologia (como os Quantum Dots para gama de cores alargadas, sistemas de local dimming, etc.) não há dúvidas de que o futuro são os OLEDs, onde tudo isso não são "truques" mas sim algo que está implícito. Num ecrã OLED um pixel apagado está efectivamente apagado, não sendo apenas um pixel que tenta tapar a luz que está ligada atrás de si (como acontece num LCD).
Isto faz com que os OLEDs tenham um nível de contraste incrível, que salta literalmente à vista de qualquer um sempre que se assiste a alguma cena onde existam áreas escuras e iluminadas.
Aliás, quando tal acontece, a dificuldade que se tem não é a do televisor reproduzir essas imagens com total fidelidade, mas sim a de se ter uma câmara com a capacidade de captar essa gama dinâmica para tentar ilustrar o efeito.
Uma referência rápida para o interface da LG, baseada no WebOS, e que nos apresenta uma séries de funções e apps numa barra deslizante (que é personalizável pelo utilizador). Tem um funcionamento bastante simples e intuitivo, e não dará grandes dores de cabeça mesmo a quem se esteja a estrear no mundo das Smart TVs.
Um pouco mais trabalhoso poderá ser explorar todas as muitas opções de configurações do ecrã, entre tonalidades de cor e diferentes modos de vídeo, para além de coisas como redução de ruído e deslocamento de ecrã; este último para minimizar a potencialidade de burn-in, movendo subtilmente a imagem alguns pixeis a intervalos regulares. Felizmente, a tecnologia OLED já evoluiu bastante, ao ponto de isto já não ser um problema, a não ser em casos em que um televisor fique continuamente a mostrar imagens estáticas de alto-contraste durante horas seguidas, dia após dia.
Ainda a respeito das configurações, de referir que temos acesso a muitas explicações e textos de ajuda para cada uma das opções, e também a testes visuais que permitem visualizar as diferenças - assim como despistar potenciais problemas (no caso de ligações mal feitas, por exemplo)
A qualidade de imagem
O "problema" de testar um televisor 4K é a falta de conteúdos 4K. Felizmente já temos Netflix (e brevemente a Amazon Prime Video), que vai ajudando com um catálogo sempre crescente de conteúdos Ultra HD - e que aqui têm a hipótese de literalmente brilhar graças à tecnologia OLED.
Comparativamente com o meu televisor actual, que é grande e barato, mas não é nenhuma referência em termos de qualidade efectiva de imagem (como se poderá imaginar pelo preço) as diferenças são simplesmente abismais. Não só a nível do contraste e das cores, como da própria definição durante o movimento. No meu televisor por vezes é visível um efeito de "arrastamento" que neste LG OLED não existe (embora se se tratasse de um televisor LCD de gama alta, certamente que essas diferenças seriam mais reduzidas).
[a nível de ângulos de visão... não há problemas]
De resto, como explicar... ver televisão num ecrã OLED é toda uma outra experiência. Se estiverem numa sala completamente às escuras nem sequer conseguirão ver o ecrã se estiver a mostrar uma imagem a preto; e as coisas que surgirem iluminadas parecerão estar a flutuar no ar e não num rectângulo cinzentão. Aliás, um dos screensavers que vem neste televisor é a de "fogo de artifício", e é uma boa experiência verem isso numa sala às escuras.
[conteúdos Ultra HD 4K - o ideal para desfrutar deste televisor]
[Em busca dos pixeis negros... invisíveis]
Uma alternativa para quem não tiver Netflix e quiser ver as potencialidades do seu televisor (já que ficar-se pelos canais nacionais será "um crime") é dar um salto ao YouTube, onde também existe uma boa selecção de vídeos Ultra HD 4K, e que mesmo não tendo o bitrate que se poderia desejar para uma qualidade perfeita, são mais que suficientes para impressionar.
O "3D"
O 3D nos televisores foi uma manobra para ajudar a vender televisores, e nunca escondi que nunca fui grande fã do sistema. No entanto, quem achar piada a isso irá gostar de saber que este televisor vem com dois pares de óculos 3D passivos.
O efeito é criado mostrando as linhas pares numa das lentes, e as ímpares na outra. E tendo-se uma resolução Ultra HD 4K o resultado final será o equivalente a uma imagem de 3840x1080 em 3D.
Outras apps
Para além da Netflix e YouTube, temos também acesso a coisas como um browser e até o Google Map/Earth. O comando "air mouse" facilita imensamente o processo de utilizar estes programas no televisor, coisa que com comandos tradicionais com teclas de cursos acaba por ser uma grande dor de cabeça.
Apreciação final
Os OLED há muito que prometiam superar os LCDs, e de ano para ano têm tido uma evolução implacável que vai demonstrando que o reinado dos LCDs se aproxima do fim. Por muito bons que os LCDs actuais sejam (estão no pico da sua evolução) não será preciso mais que colocar um LCD e um OLED lado a lado, para que até que alguém que nada saiba sobre a tecnologia aponte para o OLED como sendo "o melhor". E ao contrário destes, os OLEDs ainda têm muito para evoluir ao longo dos próximos anos.
Seja como for, não será preciso esperar por isso, pois quem procurar a melhor qualidade de imagem poderá tê-la já hoje, em modelos como este televisor OLED, que mesmo não tendo um preço compatível com a carteira da maioria dos portugueses (encontra-se entre 3200-3999 euros) nos faz desejar que continue a baixar de preço para que isso aconteça nos próximos anos (na verdade o modelo OLED55B6V já se pode encontrar com preços próximos dos 1800 euros, sendo igualmente uma excelente opção).
LG OLED TV (OLED55E6V)
Escaldante
Prós
- Qualidade de imagem
- Interface WebOS
- Comando "air-mouse"
Contras
- Preço
Com webos?? Não obrigado
ResponderEliminarWebOs é bastante superior ao OS da Samsung. Tenho a OLED55B6V e estou super satisfeito. Gosto também do HDMI CEC implementado porque controla realmente tudo, chegando ao ponto de alterar as entradas do amplificador e de detectar quando existe algo novo ligado a este.
EliminarO meu Harmony ONE está neste momento reformado.
A imagem com HDR Dolby Vision e o webos são muitissimo bons. Já o preço ... é para pensar que tenho de trabalhar mais :D
ResponderEliminarPor €555 compras uma lg 4k 55" mas não oled!
ResponderEliminaro modelo OLED55B6V, que peca só para jogos em relação a este (e tb não tem 3D), teve a 1750€ na Worten/Radio Popular/Fnac há cerca de 1 mês...
ResponderEliminare subscrevo... a qualidade é habismal