2008/10/17

A Web e o Javascript

A Web tem avançado muito nos últimos anos. Das tradicionais páginas estáticas em HTML somos agora confrontados com páginas dinâmicas que permitem coisas impensáveis há dez anos atrás.

E na base de tudo isso está o javascript...

Olhem, por exemplo, para o Google Maps. Podemos arrastar um mapa e fazer zoom in/out com o rato, como se se tratasse de um programa instalado no desktop. Podemos carregar no botão direito do rato para aceder a mais opções... e até usar teclas de atalho no teclado.

E claro, não é o único: o Live Maps da Microsoft e os Mapas da Yahoo oferecem funcionalidades semelhantes.

(E outros sites há, onde o conceito é levado ainda mais além, fornecendo quase um autêntico "ambiente de trabalho" virtual, online.)

Mas a questão permanece... para muitos destes sites, o fundamental é o conteúdo.
Quem visita o Google Maps está interessado em ver um mapa, a facilidade de utilização é um factor importante, mas... pode dizer-se que é secundário.

Ora vejamos: alguém que se preocupe com a sua segurança e que tenha decidido desactivar o javascript por causa da crescente ameaça do "click-jacking" quer ver uns mapas.
Para isso, tenta navegar até ao Live Maps da Microsoft, apenas para se deparar com uma página em branco.
Tenta então aceder aos Mapas da Yahoo, mas novamente dá de caras com uma página em branco...

Finalmente tentar aceder ao Google Maps... e... milagre! Consegue ver um mapa!


É certo que é uma versão bastante menos agradável de utilizar que o moderno Google Maps com o seu javascript avançado - mas o que é certo é que permanece utilizável e útil para quem o visita.

O que me faz perguntar: até que ponto é que devem existir páginas cuja funcionalidade se sobrepõe ao conteúdo?

Se ninguém põe em causa a versatilidade e utilidade do javascript, acho que o mesmo deveria ser usado apenas para melhoramento de funcionalidades de forma cumulativa. Ou seja: o site apresenta o conteúdo básico; e - caso o browser suporte javascript - então poderá usar uma versão mais avançada.

O problema é que muitas empresas parecem estar a fazer o inverso: apresentam um site avançado, e caso não exista javascript... azarito; levam com uma página em branco que não serve para nada.

Bem sei que é confortável assumir que toda a gente tenha browsers que corram javascript, mas com a crescente proliferação dos mais variados dispositivos com acesso à net há que lembrar que alguém pode estar a aceder a essas páginas a partir de um telemóvel, de uma TV "inteligente", ou - quem sabe - de um qualquer relógio japonês super avançado.


Não é uma crítica ao javascript - que considero essencial para o avanço da "web" como a conhecemos - é apenas uma chamada de atenção para a forma como é usado.


Aliás, para quem trabalha com javascript, aproveito para falar de uma excelente ferramenta de debugging que vos pode poupar inúmeras dores de cabeça: o Blackbird.


É uma ferramenta open-source que vai evitar que usem o "alert()" a torto e a direito durante o desenvolvimento dos vossos javascript. E melhor ainda, não é necessário qualquer tipo de instalação no vosso PC nem nenhum plugin para o vosso browser.

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