2013/05/16

Google vs MS



As relações entre os "gigantes" nem sempre são pacíficas, e as boas intenções e amizades muitas vezes dão lugar à frieza dos números e... do dinheiro. Se por vezes pode ser tentador assumir que há corporações que são as "más da fita" enquanto outras são as "boazinhas", a verdade é que na realidade as coisas raramente são a preto e branco... sendo que o mais comum é serem uma grande mancha cinzenta.

Na sessão do Google I/O Larry Page, visivelmente com dificuldades em falar (sofre de paralisia das cordas vocais - algo que nos relembra que há coisas que o dinheiro não resolve) fez um discurso inspirado, tentando relembrar a missão do Google em inovar e ajudar as pessoas, e fazer do mundo um lugar melhor - e que não se devia perder tempo nas "guerrinhas" e constantes processos que apenas atrasam e impedem a inovação.

Mas claro que, há sempre dois lados da questão, e enquanto uns concordam com esta visão que nos é dada pelo Google, outros relembram que o Google tem dominado o mercado à custa de esmagar a concorrência, e que portanto é hipocrisia estar a tentar passar a imagem de que querem ser "amigos" de todos.

E um dos casos mais recentes é da Microsoft, que parece ter uma relação de amor-ódio com o Google (e vice-versa). Se nalguns casos colaboram como se fossem amigos de infância, noutros parecem apunhalar-se pelas costas (e pela frente).

Veja-se o caso do Google, que unilateralmente decidiu deixar de suportar o Exchange Sync, fazendo com que a MS se tivesse que apressar a modificar os seus Windows Phone para que fossem compatíveis com os contactos e calendários do Google; e também as célebres campanhas anti-google "scroogled" da MS.  e mais recentemente, a MS fez uma app não oficial do YouTube para o Windows Phone (uma vez que o Google diz não estar interessado em fazer apps para esta plataforma), que teve direito a uma pedido de remoção do Google, dizendo que violava os termos de utilização do serviço (pois não apresentava a publicidade que acompanha os videos do YouTube) - ao que a MS respondeu dizendo que o faria de bom grado... desde que o Google deixasse!

São manobras que realmente nos fazem imaginar se não haverá muitos mais interesses escondidos por trás de todos estes acontecimentos. E se, de parte a parte, não acabam todos por ser uma coisa em frente às câmaras... e outra completamente diferente quando se fecham as portas e começam a decidir o que fazer a seguir.

Por algum motivo nenhum império demonstrou ainda ser capaz de durar para sempre... e pelo que me parece, começamos a assistir a fissuras que daqui por alguns anos (5, 10, 20, quem sabe?) poderão levar ao desmoronamento destes colossos que actualmente parecem impossíveis de tombar. O que nos vale é que será bem mais provável que essa desagregação seja feita "por erosão" e ao longo de bastante tempo, e não de forma violenta, que obrigue a mudanças radicais de um dia para o outro.

Até lá... temos que ir aguentando estas telenovelas, e aceitar que haverá quem opte por defender a sua equipa, quer seja de um lado ou do outro.

1 comentário:

  1. Das guerras Google / Microsoft não sei.
    Agora que a Google quer tomar o iOS por dentro (através de apps para iOS) e por fora (com o Android) é certo.
    Contei as apps e vai em 17 e a aumentar:

    Search, +, Earth, Maps, Gmail, Sparrow, Chrome, Tradutor, Drive, Currents, Authenticator, Local, Latitude, Coordinate, Blogger, YouTube e o mais recente Hangouts.

    A Apple tem que começar também a criar umas app para Android. O Jay Freeman "Saurik" já deu o exemplo. Quem diria que o patrão do Cydia ia criar desenvolver produtos para o Google Play ?

    ResponderEliminar