2013/10/21
APEL faz queixa dos Estudantes de Medicina que partilham livros na internet
Parece que a crise está a chegar a um ponto onde perseguir os que fazem downloads de músicas na internet já não chega. Segundo a APEL (Associação Portuguesa de Editores e Livreiros) os verdadeiros criminosos escondem-se nas faculdades de medicina, e usam a internet para partilhar livros científicos e manuais, sendo agora alvo de uma queixa na ASAE.
Refira-se que esta queixa só resulta depois da inglória tentativa de impedir a partilha, fazendo queixas nos serviços onde os livros estavam alojados - com a óbvia consequência de simples transferência dos mesmos para outros serviços de partilha. Depois de emails enviados (e sem resposta) para a Comissão de Alunos e Conselho Directivo Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, a APEL avançou com a queixa oficial na ASAE.
Mesmo que isto venha a resultar em algo que possa ser usado pela APEL como uma vitória moral sobre a "pirataria", é completamente irreal imaginar que isso venha a ter qualquer resultado prático no futuro. Quando muito terá o efeito de, em vez de a partilha dos livros ser feita num site público e visível a todos, passará a ser feita de forma mais encoberta - por exemplo, numa página disponivel apenas aos alunos, ou nem que venha a ser feito via cópia directa, de uma pen USB entre amigos.
Não adiantará muito pensar que as coisas serão diferentes enquanto a mentalidade destas associações for meramente a perseguição e a negação de que as plataformas digitais mudaram por completo o paradigma das edições em papel - por muito que queiram recusar ver isso.
Portanto, mais produtivo seria em agruparem os seus recursos e esforçarem-se por nos apresentar um modelo viável de edição e distribuição para o futuro (e que não inclui as palavras DRM!), ou então arriscam-se a entreterem-se a brincar nestas batalha sem qualquer impacto real... até a sua inevitável extinção.
[via EI]
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Acho uma estupidez a acção da APEL. Só quem não sabe o quanto os estudantes (ou os pais dos mesmos) se matam para pagar o custo surreal de cada livro é que pode ter esta mentalidade.
ResponderEliminarE é como disseste, estas associações ficaram paradas no tempo, como aquela dos videoclubes que andam a processar a torto e a direito porque não ultrapassaram o facto de que já (quase) ninguém aluga filmes físicos.
Gente estúpida e quadrada..
A 200 euros cada livro, +/- 12 cadeiras por ano, 6 anos de curso, estudar fica caro...
ResponderEliminarOs livros científicos deviam obedecer a uma política de acesso livre, isso devia ser obrigatório. Felizmente já há algumas editoras a fazê-lo. Por cá, infelizmente, em muitos casos alunos são obrigados a comprar determinados livros para fazer cadeiras (entenda-se que os regentes das cadeiras são os autores dos livros).
ResponderEliminarOutra coisa, neste caso, o que é que a ASAE e APEL vão conseguir fazer? Estamos numa era pós-fotocópia... Se esta queixa fosse à 5-10 anos atrás ainda podiam processar a reprografias das faculdades.
ResponderEliminarAinda o juíz não acabou de ler a sentença já se distribuíram mais de 1000 cópias por pdf.
ResponderEliminarQuando é que estas associaçõezecas da treta que só vêm cifrões acordam para a realidade?
Sim, usei a palavra cifrões para realçar o quão retrógradas são essas entidades.