2014/04/22

Polícia de L.A. já testou tecnologia "Big Brother" em 2012


Por vezes vamos brincando com a ideia de que será uma questão de tempo até que se possa ter acesso a tecnologia que nos disponibilize algo do estilo da visão de satélite que temos no Google Maps, mas em tempo real, deixando-nos ver tudo o que se passa (ou passou) em qualquer ponto do mundo. Mas há quem já tenha tido acesso a tecnologia idêntica... sem ser a brincar.

Na Califórnia, as forças da autoridade testaram secretamente um programa piloto no qual um município foi continuamente vigiado por um avião que disponibilizava o registo de imagens aéreas de alta-resolução, que podiam ser utilizadas para vigiar tudo o que por lá se fizesse. Os polícias podiam fazer zoom de qualquer parte da cidade ao ponto de verem os veículos e pessoas; e também parar as imagens e recuar no tempo para analisarem os seus percursos.

Por um lado é fácil ver o interesse desta tecnologia: no caso de um qualquer roubo ou crime, poderia-se seleccionar o momento do crime e seguir os criminosos, vendo de onde tinham vindo e para onde tinham ido. Imaginando-se o mesmo a nível global, seria tecnologia que permitiria, por exemplo seguir o percurso do voo 370 das linhas aéreas da Malásia e ver o que se tinha passado; assim como o de muitos outros casos.

Só que por outro lado também é fácil imaginar todo o potencial para abuso desta tecnologia, e que facilmente poderia fazer com que um estado dito "democrático" fosse tentado a influenciar de forma menos democrática o comportamento dos seus cidadãos ditos indesejados ou subversivos - que poderiam começar por ser criminosos... mas rapidamente passar a englobar todos os que fossem críticos desse governo, ou que meramente tivessem assistido a algum evento da oposição (com a assistência das imagens, era fácil ver quem lá teria estado, e de/para onde vinha/ia).

Mas independentemente disto, se a tecnologia existe (e existe, como aqui fica comprovado, e isto foi em 2012) e já tem sido utilizado em palcos de guerra para controlar e monitorizar zonas hostis; é inevitável que venha a ser utilizada em situações civis - quer seja de forma pública ou... não tão pública. E novamente friso que a solução para isto é apenas uma: se a ideia é dizermos adeus à privacidade; então que todos estes dados seja disponibilizados livremente para todos; e não apenas para as ditas "forças da autoridade". Pois afinal, se a ideia é poder controlar todos... convinha não haver excepções à regra.

Até lá... se começarem a ver um avião a sobrevoar continuamente a vossa cidade/região... se calhar não é questão de estarem a ser paranóicos.

1 comentário:

  1. Todos os dias há 4 drones sobre lisboa e dois sobre o Porto! E isso desde Outubro de 2012.

    ResponderEliminar