2014/07/31

Ford e GM processadas por terem carros que "pirateiam" música


Enquanto nos vamos re-habituando ao regresso da PL118, do outro lado do Atlântico descobrimos que também os defensores dos direitos de autor disparam em todas as direcções, sendo que os seus últimos alvos são... os fabricantes de automóveis.

Muitas vezes, nas discussões sobre as absurdas tentativas de taxar tudo e todos, é fácil sermos levados a fazer comparações igualmente absurdas. Se alguém quer taxar um gravador de DVDs por poder ser usado para gravar música, então pela mesma ordem de ideias também se deveriam taxar os carros que permitem fazer cópias de CDs para o seu disco rígido.

Se para alguns isso poderia ser levado para a brincadeira, para outros está a ser levado mesmo a sério, com a Ford e a GM a serem processadas precisamente por terem automóveis que permitem "ripar" os CDs para os seus sistemas multimédia. A AARC (Alliance of Artists and Recording Companies) diz que estes sistemas poderão ser usados pelos utilizadores para copiarem CDs que não lhes pertencem, e que portanto estas marcas estão a facilitar a pirataria de conteúdos protegidos.

Sabendo-se (ou melhor dizendo: não se sabendo!) como as coisas funcionam nos EUA, não me admirava nada que por culpa destes senhores, os donos de futuros automóveis fiquem impedidos de copiar os seus CDs legalmente comprados para o seu automóvel, fazendo-nos recuar décadas (para agrado dos vendedores de CD changers). Por outro lado, também não me surpreendia que caso isto acontecesse, rapidamente surgisse um novo processo nos tribunais, com os donos dos automóveis a processar as marcas pela remoção de uma funcionalidade "básica" que esperavam ter nos seus veículos.

Defensores dos direitos de autor... a fazer todos os possíveis por fazerem regredir todos os avanços e ignorarem o futuro para o qual se deveriam estar a dirigir.

3 comentários:

  1. O que mais chateia é existirem juízes, retrógrados, que não mandam essas associações levar naquele sitio por estarem a desperdiçar tempo que podia ser usado para casos GRAVES.

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    1. Anónimo1/8/14 08:19

      Eu penso exactamente da mesma maneira, a questão é que há juízes, dinheiro e contas offshore...

      Daqui a uns tempos acabam com as TV e câmaras UHD porque dirão que dá para fazer cópias filmando o ecrã de conteúdos que não são nossos. Enfim.

      O tema aqui é o preço e qualidade dos produtos: eu sei de fonte segura que um filme Blu-ray tem um preço de custo (filme, produção Blu-ray com menus etc, gravação média, capa, distribuição) inferior a 2€, e ainda menos em DVD ou CD música. Tendo em conta que são vendidos 15 - 30€ ja se vê qual a margem de lucro dos envolvidos. Se os valores fossem 50% mais baixos, conseguiam vender mais um 150% (ou mais). Enfim, macaquices.

      Os CD, DVD e Blu-ray sempre darão para copiar, e a qualidade já é suficiente. Mesmo que saia um novo formato dará para o fazer, daí que não estou preocupado.

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  2. A industria da música e dos direitos de autores miseráveis que querem a todo o custo fazer dinheiro e travar a evoluçao...

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