Nem nas capsulas de café o DRM resiste

O DRM e os sistemas "anti-cópia" são uma das mais irritantes pragas e infelizmente, em vez de estarem a desaparecer (estando comprovada a sua ineficácia) parecem estar a expandir-se cada vez mais. Um exemplo perfeito é a guerra que tem havido entre os fabricantes de máquinas de café com cápsulas "exclusivas" - e que também estão a descobrir, à força, que o DRM não resulta.

A Keurig é uma marca de máquinas de café que investiu numa nova tecnologia "anti-cópia" para impedir que os seus cliente comprassem cápsulas da concorrência. Quem tentasse usar uma dessas cápsulas seria confrontado com uma mensagem de "café não autorizado".

Para além do absurdo que isto é, torna-se ainda mais ridículo que este tipo de artimanha seja acompanhado por justificações de que isto é feito para benefício dos utilizadores, proporcionando uma "melhor experiência". Mas é o tipo de coisa a que já estamos habituados... Tudo o que seja feito para complicar a vida aos utilizadores é sempre apresentado como sendo uma vantagem.

Mas tal como no mundo digital, onde para o bem e para o mal, todos os DRMs sucumbem aos hackers (por vezes para benefício das próprias empresas, que quando suspendem serviços depois direccionam os clientes para cópias piratas para que possam continuar a usufruir dos jogos que compraram - uma vez que os sistemas de DRM impossibilitam que se usem os jogos originais), também no café este novo sistema "incrackável" demorou pouco tempo a ser crackado pelos concorrentes, que já disponibilizam cápsulas compatíveis.

Sou só eu que acho que algo vai mal neste mundo, onde muitas companhias se calhar passam mais tempo a preocupar-se em desenvolver sistemas que impeçam as "cópias" do que concentrados em desenvolver um bom produto que faça os utilizadores sentirem-se bem servidos ao ponto de nem quererem olhar para as "cópias"?


... Ou será que deveremos considerar normal que até se usem bactérias como marcadores de produtos originais?