MPAA queria telefonar ao PM britânico para impedir legalização do ripping de CDs e DVDs

No Reino Unido só recentemente foi aprovada a lei que autoriza os consumidores a poderem fazer cópias dos produtos que compraram. E o megaleak de dados da Sony revela que a MPAA tudo fez para impedir que a lei fosse aprovada.


Em Inglaterra, algo tão básico quanto "ripar" um CD para passar as músicas para o computador ou transferi-las para um MP3 player era tecnicamente ilegal. Algo que pretendia ser corrigido com uma reforma da lei, mas que - como seria de esperar - contou com forte oposição da MPAA, editoras e estúdios de Hollywood. Aliás, um email da Sony veio revelar que a MPAA estava a pressionar para que o presidente da Sony Pictures telefonasse directamente ao primeiro ministro britânico, de modo a persuadi-lo para que a lei não fosse aprovada (felizmente, ou não telefonou, ou não foi suficientemente persuasivo, porque os britânicos podem agora ripar os seus CDs e DVDs legalmente.)

Mas mais caricato é ver o tipo de argumentos que estas criaturas utilizam.

A MPAA diz que não deverá existir uma excepção que permita a cópia privada sempre que exista um serviço comercial disponível - como o UltraViolet, que dá acesso a um filme em versão digital ao se comprar o filme em formato físico (esquecendo-se que nem todos estarão dispostos a acreditar que este serviço vá continuar a existir daqui por uma dúzia de anos, nem dispostos a aceitar as limitações do mesmo quanto a poder usar os conteúdos que compraram como bem entenderem).

E como sempre, lá está presente a habitual dose de paranóia, dizendo que são necessárias todos os tipos de protecções e restrições (DRM), como forma de garantir que novos investimentos sejam feitos em conteúdos - novamente, esquecendo-se que tal paranóia só tem como resultado empurrar muitos clientes pagadores para conteúdos piratas, por estarem fartos de todas as limitações que lhes tentam impingir.


Parece que não há mesmo qualquer esperança quanto à mudança de atitude destas entidades... pelo que só nos resta esperar pela sua inevitável extinção, e esperar que as gerações que lhes sucedem tenham os horizontes mais alargados e um pouco mais de visão.