O Concorde abandonou os céus em 2003, mas um grupo privado quer fazer com que este icónico avião, volte a entrar em operação e voar antes do final da década.
Podemos viver no século XXI, mas há algumas coisas em que parece termos andado "para trás". Afinal... qualquer pessoa nascido neste novo século poderá ficar surpreendida ao descobrir que foi no século passado que mais comum era vermos um Space Shuttle a ir ao espaço e vir; ou que alguns endinheirados passageiros cruzassem o mundo a velocidades superiores a Mach 2.0, a bordo de um Concorde.
Agora, um grupo privado chamado Club Concorde, que reúne um conjunto de fãs deste avião, de ex-pilotos a operadores turísticos e cidadãos comuns, quer voltar a reacender a chama dos seus motores, reactivando um Concorde para que novamente possa voar pelos céus. Bem, na prática a ideia passa por dois Concordes. Um deles destinado para ficar em exposição em Londres, numa plataforma no rio Tamisa perto do London Eye (algo que gostariam de ter concluído já em 2017); e o outro destinado a voos privados e festivais aéreos, que entraria em operação em 2019.
Curiosidades sobre o Concorde
Foi no dia 24 de Outubro de 2003 que o programa Concorde foi dado por terminado. Mas mais impressionante será relembrar que este programa que trouxe ao mundo as viagens aéreas comerciais supersónicas, tem origem nas décadas de 50 e 60, com o primeiro voo comercial a ter ocorrido no dia 21 de Janeiro de 1976 num voo de Paris para o Rio de Janeiro com escala em Dakar.
O Concorde viajava normalmente a uma velocidade aproximada de 2130 km/h, mas podia atingir uma velocidade máxima de 2650 km/h, superior a Mach 2 (ou seja, mais de duas vezes a velocidade do som)! A esta velocidade, o Concorde podia partir de Londres ao pôr-do-sol, e chegar a Nova Iorque horas "antes", ainda de dia, adiantando-se ao próprio movimento de rotação da Terra; e a sua altitude de cruzeiro, de 17.700 metros, fazia com que os passageiros já pudessem notar claramente a curvatura da Terra ao olharem pelas janelas.
[O icónico "nariz" móvel do Concorde, que baixava para permitir a visibilidade na aterragem]
Infelizmente este programa começou a ser posto em causa devido às questões ambientais (o Concorde gastava cerca de uma tonelada de combustível por cada passageiro para atravessar o Oceano Atlântico), e o trágico acidente fatal de 25 de Julho de 2000 na descolagem, causado por uma peça que caiu de um avião que tinha usado a mesma pista momentos antes, apenas serviu para acelerar o fim da sua era.
... A não ser que este projecto o consiga mesmo fazer regressar aos céus!
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