Os maiores obstáculos para a chegada dos carros sem condutor são de ordem legislativa, e a Volvo quer simplificar o processo, dizendo que deverão ser os fabricantes a ter total responsabilidade no caso de acidentes.
A proposta da Volvo pode parecer um pouco revolucionária, mas trata-se apenas de fazer aquilo que é lógico. Se alguém entrar num veículo no qual não tem qualquer controlo directo sobre o seu comportamento, caberá apenas ao seu fabricante ter total responsabilidade sobre o seu funcionamento.
A Volvo apresenta esta proposta como sendo uma forma de acelerar o processo de legislação e permitir a chegada dos automóveis autónomos mais rapidamente; mas para isso reforça também outro aspecto que será um pouco mais polémico: de que pretende manter o software do automóvel completamente fechado e considerará qualquer tentativa de hacking como uma ofensa criminal.
Se facilmente podemos entender essa posição - afinal, a adulteração do software poderá afectar drasticamente o comportamento do veículo, potenciado consequências trágicas - há também que diferenciar uma tentativa de hacking para manipular o código do automóvel, e o acesso ao mesmo para efeitos de auditoria e controlo. Afinal, ainda agora estamos a lidar com o caso VW, em que milhões de automóveis tinham software concebido deliberadamente para enganar os testes de emissões; e não me parece que se deva confiar em qualquer marca, seja ela qual for, de que o seu software não possa esconder algumas surpresas.
Afinal... se é um escândalo uma marca como a VW fazer batota nas emissões; imaginem só o que seria, daqui por umas décadas, por exemplo, descobrir-se que afinal umas centenas de mortes nas estradas se deviam a um bug deliberado que um qualquer programador neurótica tinha infiltrado no sistema, e que fazia com que um carro atropelasse deliberadamente peões vestidos com a camisola de um clube adversário.
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