Qualquer pessoa com filhos na escola ficará incrédula com o "imposto" acrescido que representam os manuais escolares, de compra obrigatória, ano após ano. Um problema que um trio de portugueses tentou resolver com o site Book in Loop, que permite a qualquer pessoa vender os livros que já não necessita e comprar os que precisa a preço bastante reduzido.
Enquanto não se chega ao ponto em que os manuais sejam disponibilizados pelas próprias escolas, têm sido dados alguns pequenos passos no sentido de facilitar a reutilização dos manuais escolares, nomeadamente através de sites que tentam facilitar o seu reaproveitamento, como o Sítio da Troca. No entanto o trabalho desenvolvido por Bernardo Parreira, José Pedro Moura e Manuel Tovar no Book in Loop tem também revelado algumas coisas estranhas no sector livreiro, nomeadamente a existência de centenas de manuais escolares sem qualquer motivo para existirem (a não ser o propósito de obrigar os portugueses a comprarem novos livros). Descobertas que têm incomodado empresas como a Porto Editora, que os acusam de falsificar dados.
Bernardo Parreira, José Pedro Moura e Manuel Tovar
Para tornarem o Book in Loop realidade, este trio teve que enfrentar inúmeras adversidades, a começar por aquilo que, à partida, se imaginaria ser simples: obter a lista dos manuais escolares oficiais. A DGE (Direcção Geral de Educação) apenas disponibiliza essa informação em PDFs separados; e a sua tentativa de se tornarem associados da APEL (Associação Portuguesa de Editores e Livreiros) na esperança de assim terem acesso a esses dados, não foi aceite. O resultado foi terem que introduzir manualmente e penosamente toda a informação na sua base de dados - e que lhes permitiu descobrir as tais centenas de manuais redundantes.
Para os dois últimos anos lectivos, dizem que há 122 livros (de um total de 457) que não precisavam de existir - dos quais cerca de metade pertencem à Porto Editora (e à Areal e Raiz, também pertencentes à Porto Editora). São livros que apresentam códigos ISBN diferentes, mas que dizem respeito a disciplinas e anos sem qualquer alteração curricular, o que deveria permitir a reutilização dos manuais já existentes.
Polémicas e protestos das editoras à parte, quando precisarem de comprar manuais escolares, ou de "despacharem" aqueles de que já não necessitam, não custará espreitar o Book in Loop e o Sítio da Troca - é que um dia destes ainda obrigam os alunos a usar ebooks, e depois... nem isso se poderá fazer.
Edição: rectificada a questão da confusão entre o Sítio da Toca e Book in Loop.
Isso não é novidade, já senti isso na pela, ou seja na carteira.
ResponderEliminarLivros iguais com codigos diferentes, mas que os senhores professores não aceitam a diferença é a paginação, a materia é igual, folheando o livro não se encontram diferenças visíveis, talvez uma ou outra página seja diferente ou a numeração das páginas não bata certo, isto para obrigar a comprar livros novos claro.
É tão fácil aos livreiros darem a volta à lei...
Enfim, mais um belo tacho para a porto editora e os contribuintes a pagarem 2 vezes (para desenvolver os livros e para os comprar) o que nem devia existir.
ResponderEliminarEu pessoalmente não entendo porque é que o programa escolar, sendo obrigatório e igual para todo o país, não inclui manuais escolares oficiais, disponibilizados em PDF gratuitamente. As versões em livro podiam perfeitamente pertencer às escolas e quem não as quisesse comprar (ou imprimir os PDFs por sua conta), a escola emprestava, tal e qual como faziam com as máquinas gráficas.
EliminarD€ma$iado$ Int€r€$$€$
EliminarTambém de referir que é à pala das editoras que temos de viver com um Aborto Ortográfrico
ResponderEliminarConforme este artigo:
ResponderEliminarhttps://www.publico.pt/sociedade/noticia/a-uber-dos-manuais-escolares-ja-nasceu-e-nao-foi-facil-1739106
os responsáveis, objecto deste artigo, são desta empresa:
https://www.bookinloop.com/
e não do sítio da troca conforme relata este artigo, o mentor do "sítio da troca" é o Vicente Faria, que está na Madeira e não em Coimbra onde estão os responsáveis pela Book in Loop
Obrigado César, já rectifiquei o artigo.
EliminarJá há 48 anos, em França, os livros estavam num armário da sala de aula e eram emprestados para o ano lectivo.
ResponderEliminarSó eram pagos em caso de inutilização, por parte do aluno...
Em França não têm os chulos que nós temos.
EliminarClaro que não têm xhulos como nós. Aliás somos o pior povo do mundo.
ResponderEliminarOsnoutros são todos bons. Só aqui é que somos roubados.
Eles são tão bons, tão bons que têm terroristas, nós ficamos pelos chulos
"Enquanto não se chega ao ponto em que os manuais sejam disponibilizados pelas próprias escolas". No nosso país já foi assim, alias cursos de mestrança em construção civil, os manuais eram elaborados e disponibilizados pelas escolas.
ResponderEliminarClaro está que nesse tempo o monopólio das Porto Editoras e companhia não era tão grande.