2017/02/08

Europa acaba com as fronteiras digitais... parcialmente


O caminho para o "Mercado Digital Único" que pretende eliminar as fronteiras digitais na Europa tem estado minado por obstáculos, mas finalmente dá-se mais um pequeno passo nesse sentido com a aprovação da portabilidade dos serviços com início para 2018.

Há muito que se luta pelo direito de qualquer cidadão europeu ter acesso aos mesmos serviços digitais que qualquer outro cidadão europeu, independentemente do país da UE em que se encontre. Seria algo que acabaria com a "palhaçada" de um utilizador ter acesso a um catálogo imensamente superior ao subscrever o Netflix no Reino Unido ou França, do que em Portugal - por exemplo. No entanto, essa abolição das fronteiras tem sido combatida ferozmente por todos os que têm interesse em manter as questões dos direitos compartimentalizados e fragmentados, e não será conseguida a curto prazo, pelo que, por agora, há que aceitar uma solução parcial de recurso.

A partir de 2018 os serviços de streaming terão que garantir a portabilidade do acesso, o que significa que um cliente terá que ter acesso aos mesmos serviços que tem no seu país de origem, independentemente do país europeu em que se encontre no momento. Isto é, um cliente Netflix alemão que venha a Portugal, terá que continuar a ter acesso a todo o catálogo do Netflix que tem em sua casa, e não ao catálogo mais limitado do nosso país. E o mesmo se aplica a outros serviços de streaming de TV, música, etc.

Não é, de longe, aquilo que se desejaria ter, mas é um pequeno passo no sentido de abolir as fronteiras digitais que vão permanecendo.

3 comentários:

  1. Isto é tudo muito giro mas convém lembrar uma coisa, se acabam as fronteiras digitais, a partir de agora, o comprador quando compra um direito, vai ter de o pagar para a Europa toda ou seja, um prestador de serviço português vai ter de pagar mais caro pelo mesmo direito. Vai ter aceso a um maior mercado dirão. Nem sempre. No final só os grandes poderão se mexer neste mercado que afectará a concorrência.

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    1. Acho que a lógica não é essa. Eu chego à Alemanha, faço login no Netflix com a minha conta e tenho acesso aos conteúdos que a Netflix disponibiliza para Portugal - e não aos conteúdos disponíveis para a Alemanha, como agora acontece.

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    2. Não, é mesmo tornar o mercado único. Atenção, não sou contra só estou a avisar o que vai acontecer.

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